Friday, July 28, 2006

Upper Canada Village

Esse foi nosso segundo passeio sem filhos. Desta vez foi graças a Marines que convidou meus pimpolhos para passarem o finde na casa dela. Digam a verdade: somos mesmo muito abençoados. Graças a Deus aqui temos amigos fiéis e do peito como nunca! Fico muito atenta para não deixar passar nenhuma oportunidade de ajudar meus amigos daqui. Nós nos sentimos realmente amados e isso, todo o mundo sabe, é o máximo!
Mas falando sobre o passeio... que aliás foi com outros amigos muito legais... Colocamos pela primeira vez nossos pezinhos em terras anglófonas. Upper Canada Village é uma espécie de "museu vivo"de uma cidadezinha canadense do séc 19. A cidade ia ser inundada para a instalação de uma hidrelétrica no St. Laurent, então eles literalmente transportaram as casas, fábricas, igrejas,para este lugar a fim de preservar o patrimonio histórico. Fica no caminho pra Toronto, já em Ontario.
A cidade funciona de verdade. Nas fabriquetas tem pessoas trabalhando da forma que faziam na época e explicam tudo o que quisermos. Verdadeiros atores. Pelas ruas a galera passeia misturada com os turistas. Muito engraçado!
Essa aqui tá na casa dela, fazendo um novelo de lã. Ela pára, conversa e continua... não sai de seu papel.
Achamos a fábrica de vassouras, que também fazia modelos para as bruxas, como este que estou experimentando (na verdade "testando"seria mais correto...hehehe Na falta de uma voiture própria...). A galera se divertiu horrores com esta foto e até o chofer da caroça para turistas passava por mim depois e dizia para o pessoal: "This is the lady that's a witch!" Ve se eu posso! De qualquer forma, acho que ele captou um pouco a minha aura...hehehee
Nossa turminha lanchando em um pic-nic quebecois pure laine. Quem organizou tudo foi a Nicole, nossa amiga quebecoise. Tinha vaso com flores, velas, vinhos, queijos e tudo que vcs puderem imaginar. Nicole, merci merci... Je ne peux pas trouver les mots!

Mas a real é que seria meio indiada com as crias. A gente caminha muito e acho que eles iam se encher. Mas para nós foi divertidíssimo. Depois ainda fomos até uma prainha perto pra refrescar. As crias adoraram seu finde na Marines, que é uma mãe maxi-profissional, além de uma amiga nota 1000.

Tem como não ser feliz?

Monday, July 24, 2006

Casal 20 (.000)

Tudo começou quando nossa amiga (amigona!!!) Vania, convidou as crias para dormirem na casa dela, com sua filhota Julia. Foi nosso primeiro dia sem filhos no Québec. Resolvemos fazer algo que nunca poderíamos fazer com eles: um passeio turístico (en velo) por Montreal. Nessa foto eu estou na ponte que divide Laval de Montreal. Atrás de mim, Montreal, minha paixão! (Não precisam dizer que fico "linda"com esse casque... dispenso elogios (blargh!), mas aqui é obrigatório (ou pelo menos muito recomedável). Na frente da Biblioteca de Montréal. Acho linda a escultura, mas o que quero mostrar mesmo são as divisões metálicas no banco. As coisas são tão organizadas aqui, que até batente tem divisórias, afinal não é justo que alguém se espalhe com suas tralhas e não sobre espaço para os outros. Além disso, as divisórias impedem que ali vire um lindo dormitório da galera de rua (sim, tb temos!).
Subindo o Mont Royal. São 5km e 200m de subida, que nós fizemos de bike (detalhe: descer é TUDO de bom!!!!!). O Rudi queria me matar, mas não descansei enquanto não chegamos na bendita "Cruz" (é... aquela que a gente ve lá em cima da cidade, iluminada de noite). Tudo bem que, na cruz mesmo não tem vista nenhuma, mas logo abaixo dela tem o mirante e é muito lindo. Em todo o caso, devo confessar que cansei bastante, e não teria conseguido sem entoar meu mantra "sai celulite, deste corpo que não te pertence", a cada 100m.
Estou apontando meu lugar no mundo. A "MINHA" Montreal!!! Paris que me desculpe, mas ESTA é a cidade MAIS linda do mundo. Pelo menos pra mim É! Como diz o slogan do McD aqui: C'est ça que j'aime!

Merci Vania, fico te devendo essa!

Saturday, July 22, 2006

Cinco meses

Pois é... Já foram cinco! Esse último confesso que não vi passar. Que vergonha! Foi tanta coisa que aconteceu, tanta correria, tanta bagunça....ufffaaa! Quando eu passo por essas fases de pouca rotina definida, fico bem louca. O que eu gosto mesmo é ficar sempre arrumando um jeitinho de quebrar a rotina, mas quando não tem rotina... paradoxalmente, eu fico é bem perdida. Conclusão, o mes passou e eu, tentando me organizar, nem vi. Algumas pessoas tem dificuldade em elaborar projetos, planos, em se imaginar no futuro. Eu já passei por essa fase em 2004 e acho que ela me ajudou a redefinir meu caminho, reencontrar meus sonhos que tinham ficado lá atrás e virar, "mais ou menos", o leme do barco...hehehe Agora o momento é diferente. Minha cabeça tá sempre borbulhando de planos, meus projetos começam a se concretizar, lenta mas firmemente. Lentamente pro meu gosto, óbvio, por que meus amigos ficam mesmo espantados que em tão pouco tempo eu tenha podido fazer tanta coisa. Eu tenho "complexo de lerdeza" eu acho, e sempre to me achando atrasada... to sempre me dizendo "já vai tarde". Quando me dou conta que até que estou um pouco adiantadinha, lembro da minha vó que dizia "quem é coxo parte cedo" (ou seja, quem é manco...). Esse ditado já foi até traduzido pro frances em uma reunião com meu diretor de tese. Não sei se ele entendeu bem, mas além da minha tradução digamos, pouco ortodoxa, ainda fiz uso de habilidades teatrais para explicar. O que garanto foi que ele riu muito. O outro que traduzi, da mesma forma, pra ele foi a máxima do meu pai "touro em pasto alheio é vaca". Esse ele se torcia de rir e pediu pra eu repetir pra outros colegas que passavam por ali e que devem ter achado que, ao invés do Brasil, eu vinha mesmo era do "velho oeste". Falando nisso (mas sem ligação direta), mudei de turma de frances. Aleluia! Fiz a prova e resolveram me adiantar. Não sei se eu queria ser adiantada ou só me livrar daquele professor, mala, mau-humorado, infeliz e complexado. Sai de mim! O pobre do Rudi continua na turma dele, mas já vai acabar dia 03. Eu fui pro último nível do frances escrito (depois deste o MICC se livra de mim pra sempre...hehehe). O único problema é que é do outro lado de Montreal (fico 4o min no metro pra chegar lá), mas to bem feliz. A turma é dos mais "crentes", a galera se puxa mesmo. A maioria quer fazer alguma coisa na universidade e tá bem apavorada como eu. É legal, dá pra falar bastante. A monitora é uma quebecoise novinha, muito querida e inteligente. A profe é exigente, mas explica bem e ... sabe frances! Volto pra casa podre de cansada, mas agora to sentido que o barco anda. Bom, tudo isso pra dizer que, aprendendo algumas expressões quebecoises, me dei conta que, finalmente, deste lado extremo norte do mundo a cultura chega a ser bem parecida com a do lado onde nasci, o extremo sul. Os gaudérios tem mania de dizer: "te abanca aí vivente!", quando convidam alguém pra sentar. Os quebecois tem uma expressão que eu achei equivalente: "Se tirer une bouche", "bouche"quer dizer tronco. Então, em gauches, a tradução seria: "puxa um tronco ai pra ti". Sei lá, eu achei parecido! Estamos aprendendo a concordancia do participe passé nos verbos com avoir e também os pronominais. É pra deixar meio doido, mas no fim, estou convencida que o melhor é ler ... e muito... Prá mim ler em frances é a melhor coisa pra aumentar o vocabulário depois que tu consegues te comunicar com alguma facilidade. Ouvir música tb. E ver televisão então... Eu li no blog de alguém, acho que foi no da Gleice, que o pessoal tava meio preocupado com a "lingua quebecoise". Ne vous en faitez pas! No início é meio brabo, mas depois só vai. Não é tão impossível assim. Acho que é mais difícil quanto mais acostumado ao frances "standard"(existe?) a pessoa está. Pode parecer loucura mas acho que se a gente passa por um período de aprendizagem da língua francesa aqui mesmo, fica mais fácil. De todo jeito, vou dividir com voces algumas expressões quebecoises que nós estamos aprendendo. É claro que a tradução inclui a minha nterpretação pessoal, afinal esse é meu blogue...heheheeh Mas tá certinho. De novo, sem estresse galera!(obs: não tenho os acentos direito neste teclado, desolée!)

Avoir du monde a la messe = tá atrolhado, tem muita gente, uma galera!

Ne pas se moucher avec les pelures d'oignons= o cara que tem muita grana

Etre aux oiseaux = essa é igualzinha a nossa "viu o passarinho verde!", ou seja, a criatura tá toda feliz!

Sacrer son camp = ir embora meio brabo. Em gauches a gente tem "vou deitar o cabelo".

Avoir les mains pleines de pouces = um ser desajeitado, que deixa as coisas cair, que quebra tudo.

Tirer la pipe a quelqu'un = o melhor pra eu lembrar desta é "tirar um sarro de alguém", gozar da cara.

Attendre quelqu'un avec un brique et un flanal = "esperar alguém com tres pedras na mão"

Espero que ajude! Peço que não colem essas traduções em outros lugares... advirto que elas são bastante... pessoais...hehehe Até mais!

Wednesday, July 12, 2006

Camping "selvagem"


Aqui o Rudi, com certo excesso de peso, montando nossa barraca. A partir desta semana ele está proibido de ingerir seus amados baguels com geléia de framboesa. Os adultos desta família estão de regime!
A Giu e eu no solão (sim, temos solão por aqui!). Atrás nosso acampamento prontinho. Não ficou uma graça?O Pedro adorou "pescar" com seu balde, mas como é um guri muito ecológico, ele só pegava os peixinhos, nos mostrava e colocava de novo no lago.

O Rudi e nosso amigo Cristiam fazendo um churrasquinho tipicamente... norte-americano. Todo mundo olhava nossa "nova"façon de fazer churras, já que a galera aqui tem, geralmente, uma churrasqueirinha portátil (coisa chique!). Honrando nossas origens sul-americanas, este é um (não muito) típico, fogo de chão.

E esse foi o fim de nosso primeiro dia de camping. A noite estava fresquinha, as crias dormindo, e nós curtindo uma fogueira embaixo da lua cheia. Todos bem. Tem como ser melhor?

Tuesday, July 11, 2006

Oka

Nós caminnhando em Oka, entre a praia onde o nudismo é tolerado e a outra. Como eu já disse, é um lago no meio do mato Muito legal!
Esta foto nós tiramos no terraço do restaurante. Nesta parte da praia ficam a maioria das pessoas, é o famoso "point".

Último dia de aula

No último dia de aula, eles apresentaram para os pais o que tinham aprendido nestes primeiros meses (no caso dos nossos 3 meses) de aula. Este é o poster e um dos co-équipiers da Giulia. Os pais deveriam saber colocar os nomes corretos na vestimentas e eles que organizavam a atividade.Ela está com sua cara de "não me faz pagar mico, mãe!".
O trabalho do Pedro era sobre o Quartier. Nós deveríamos colocar os nomes corretos nos estabelecimentos representados por desenhos. Na foto ele, bem feliz!
Os dois com seus "diplomas"dizendo que começaram a aprender frances com sucesso. Tem como não ser fiere destes dois???

Friday, July 07, 2006

Camp de Jour

Credo, hoje eu estou super corrida pois, além de todos os afazeres e preocupações "normais", ainda tenho que preparar tudo por que amanhã teremos a nossa primeira experiencia como "campistas".Por isso, vou escrever bem pouquinho (heheheeheh) só pra contar sobre o Camp de Jour da Ville de Laval. Os Camps de Jour são atividades educacionais e recreativas , em geral, oferecidas por escolas e instituições comunitárias e esportivas, para as crianças durante as férias escolares. Quando comecei a procurar, só encontrava esse tipo de atividade a um preço mínimo de C$120.00 por semana (e por criança!!!!). Óbvio que desse jeito não daria nem a pau para a imigrante aqui. Até que um colega de frances me informou dos camps de jour organizados pelo Bureau de Loisirs da ville de Laval, ou seja, pela prefeitura. Como são em boa parte subvencionados finaceiramente, esse tipo de atividade custa C$ 59.00 por semana (por criança) e , segundo me disse ele, são tão bem organizados quanto os particulares. Muito desconfiada, mas com medo de deixar os pequenos dois meses inteiros quase sem contato com a lingua francesa, inscrevi os dois por quatro semanas (as primeiras de férias). Na reunião de pais fiquei super aflita quando eles disseram a idade dos monitores : eles começam a contratar a galera de 16 anos!!! Deseperada e já pronta pra pedir meu dinheiro de volta, fui conversar com o chefe do Bureau. Ele foi super tranquilo e me disse que, geralmente, os de 16 anos são os aide-moniteur (ajudantes), mas que os monitores mesmo tem 18. Ve se eu posso!!!! Bombardeei o homem de perguntas, contei que era recém-chegada, que meus filhos estavam começando a aprender frances (será que os "projetos de monitores"iam ter paciencia - e treinamento- para escutá-los?), esse tipo de coisa! Ainda por cima eles informaram que as crianças fazem muitas saídas do local do camp de jour (no caso a École St. Cécile) - O QUE???? Perguntei eu! Sair da escola com esses piás? Duas criaturas para um grupo de mais ou menos 16 crianças? O cara foi paciente e me explicou que eram super treinados e tudo o mais. E eu que nem sabia que essas "saidinhas"envolvem onibus municipal, metro, caminhadas, piscinas publicas etc. DEUS O LIVRE!!! A cagona aqui quase não dormiu de preocupação antes do primeiro dia. Finalmente as atividades começaram e só tenho uma coisa pra dizer:É TUDO DE BOM!!!! Tudo, absolutamente tudo, que foi dito na reunião era verdade. A coordenadora dos monitores é uma coroa, deve ter 21. O resto é uma piazada mesmo. Mas nunca vi uma piazada tão bem treinada. Quando a gente olha de longe, quase não dá pra saber quem é aluno quem é monitor. Eles tem um animo inacreditável. ou melhor, acreditável, quando a gente lembra da nossa energia aos 18. Eles cantam, dançam, esperneiam, mas são HIPER gentis com as crianças. Dão a maior atenção, mas não aquela coisa melosa (que eu detesto) do tipo: "amorzinho a titia tá aqui". Eles tem o jeitão adolescente, são uns fofos! No primeiro dia o Pedro não queria ficar, estava super nervoso por causa da língua. A monitora mandou alguns colegas que falavam espanhol irem lá conversar com ele (detalhe: eles conversavam em frances, nem precisaram fazer uso do espanhol, o Pedro entendia tudo e respondia em frances). Em pouco tempo ele já tinha grandes amigos e nunca mais reclamou pra entrar, ao contrario, espera ansiosamente o dia seguinte, a semana seguinte. O engraçado é ver eles pegarem as expressões quebecoises. Quando uma coisa é legal: c'est cool! Sinto que o frances deles está deslanchando sem eles perceberem. Além disso tem as atividades externas (as tais saídas que quase me mataram do coração), que eles simplesmente amam! Quase todos os dias eles vão até a piscina publica que é pertinho da escola. Eu ainda não conheço, mas to louca pra ir também. Além disso, eles tem atividades especiais tais como: palestra interativa (Info toutou) sobre os cuidados na convivencia com cães (os palestrantes levam cachorros adestrados e explicam o que fazer e o que não fazer quando estamos perto de um cachorro, conhecido ou não); visita a Hidro Quebec (companhia de eletricidade), Parc Safari ( um zoologico que também tem parque aquático e parque de diversões), Labyrinthe (pelo que eu entendi é um labirinto, cheio de "mistérios"onde as crianças se movem como se estivessem em uma gincana, buscando pistas e descobrindo enigmas), cinema (hoje o Pedro viu Era do Gelo 2),visitas a biblioteca pública... isso só pra citar algumas das coisas que eles fizeram nestas duas primeiras semanas de camp. Agora, me perguntem quanto a mais eu paguei por cada uma destas atividades... perguntem! Na-di-ca! Nenhum dólar canadense a mais do que a taxa basica (nem pro transporte). Acreditam? Eu não acreditei, mas amei! Claro que não adiantaria nada se a equipe fosse uma porcaria, mas nada disso! Eles são 10! Então verão vai indo! O jeito é mesmo aproveitar, por que as coisas de trabalho, estudo e tal, ficam meio paradas nesse período (me lembra muito nosso fevereiro aí). Tá tudo funcionando, mas a galera tá naquele clima: depois do verão, tá? Ou seja, a boa razão para estar em Laval é essa: pra criançada é tudo de bom! Tenho que agradecer ao Roch Paquette e a Mme. Judith Grenon pela sugestão. Nada é mais importante para nós que o bem-estar, a educação e a diversão dos nossos pequenos. Se isso está bem, qual o problema de pegar algumas estações de metro a mais e um bumba as vezes lerdo? Faz parte. Fizemos nossa escolha e não tenho NADA a "regretar"até agora... (regretar= aportuguesação do verbo "regreter" = lamentar). Quando a gente começa a estudar, ler e falar frances constantemente, esse tipo de coisa acontece. Coloquei aqui por que, enquanto estava escrevendo, isso me veio a cabeça, e é muito comum entre a brasileirada francófona. Quando a gente ve, estamos falando pras crianças: "Faz atenção com os carros, guri"... Coisa bizarra! (= bizarre=estranho, esquisito) E o pior é que eles, que estão no mesmo barco, nem percebem a estranheza e assim nos vamos criando neologismos que só a galera imigrante entende. É assim!