Sunday, August 27, 2006

Mon chum

Eu amo esta foto. Foi o fernando que tirou lá em Upper Canada Village. Qualquer hora destas preciso escrever um post em homenagem ao meu chum (chum é o masculino de blonde, que significa companheiro, namorado, algo assim). No mes que vem comemoraremos 12 anos de casamento, linearmente falando, acho que vai ser o momento propício.

Váva e Tuta

A pedidos aqi estão as fotos da visita de meus pais, carinhosamente apelidados pelas crianças de Váva e Tuta, já que nenhum dos dois queria o título de "avós". Estas fotos forma tiradas em... argh!...Mont-trembant. Meu pai e seus netinhos.
Meus pais e meus filhos.
O Rudi e os nossos tatuzinhos. Descansando do cabriollet.
Eu, minha mãezinha e as ruas da cidadezinha de bonquinhas...

Tuesday, August 22, 2006

Seis meses

Pois é, galera, já foram seis... meio ano... Exatamente hoje, há seis meses atrás, embaixo de uma baita neve, estávamos chegando em Montreal. Sem nunca termos colocado nossos pés no Canadá, sem lugar reservado para ficar, sem conhecer nenhuma (repito: nem mesmo uma) pessoa aqui, com nossas treze malas, nosso frances meia-boquérrimo, nosso ingles idem, nossa coragem e nossa vontade de chegar. Que medo! Acho que sofro de medo retardatário... Lembro que foi um esforço para me comunicar no telefone e encontrar um hotel, mas achei, bem no Village Gay, por sinal. Lembro que fui saindo pela porta do aeroporto para falar com o rapaz responsável pelos táxis, só com meu moletom e que, logo que as portas automáticas se abriram, veio aquele friozaço na minha cara e eu voltei pra dentro correndo. O Rudi (que como sempre tava me cuidando de longe) riu e falou: This is fucking north america, baby! Nunca vou esquecer desta frase! Lembro que chegamos no hotel antigo e aconchegante e que eu pensei: cuidado com o que tu queres muito, tu acabas conseguindo! Eu tava aqui, eu tinha conseguido chegar (menos mal), eu tava começando a realizar meu sonho, mas eu tava com medo. Confesso: medão! Mas eu tava tão feliz, eu achei tudo tão lindo, eu achei todo mundo tão legal... que quando alguém me dizia "Bienvenue au Québec" ou "Welcome to Canada"eu quase chorava (detalhe: eu ainda quase choro, seis meses depois). Bom, agora, six months later, eu olho prá fora e olho prá dentro. Eu olho pra fora e vejo um ape bem mais equipado, muitos brinquedos, camas, um sofá. Vejo o supemercado e a farmácia que já não escondem tantos mistérios. As linhas de onibus e metro também não. O campus já é mais conhecido e começa a ser um pouco (muito) a segunda casa. Percebo que o frances vai indo cada dia melhor. A agonia agora é que consigo entender praticamente tudo (até no telefone e no rádio...hehehe), mas prá falar ainda não é tão rápido e isso me angustia. Consigo dizer tudo o que quero, mas queria ter estilo, fazer as ligações melhor e, de preferencia, diminuir o sotaque lusófono. Tá, eu sei que vem com o tempo, mas por acaso alguém ainda não percebeu que sofro de "um pouquinho"de ansiedade? Ansiedade é vida, e mesmo psicoloucos, tem direito a ela. Sobretudo, eu olho pra fora e vejo amigos. Amigos de tudo que é jeito, nacionalidade, preferencia sexual, nível educacional, etc. Lembro que uma coisa que me deu medo foi quando fomos fazer a matrícula das crianças e pediram o nome de algum amigo, no caso de eles não nos localizarem em uma emergencia. Reposta: não conhecemos ninguém. Lembro que fiquei triste, me senti muito sozinha. Quando eu for semana que vem, fazer a matrícula, eles vão me perguntar de novo e (voyons donc!) eu posso escolher os telefones que vou deixar. E o melhor, sei que nenhum de meus amigos vai se importar com isso, ao contrário, eles vão ficar felizes de poderem nos dar (mais uma) mãozinha, caso (Deus o livre!) seja preciso. A todas essas pessoas maravilhosas que nos acolheram e continuam a acolher tão bem, nosso mais profundo agradecimento, voces são os melhores amigos do mundo. De verdade! E o melhor é que o grupo (ou os grupos) continua crescendo e isso é uma delícia.
Aí eu olho pra dentro. Caraca, que bagunça! To tentando fazer uma pequena ménage pra poder contar pra vcs o que se passa lá. Muitas coisas aconteceram lá dentro. Como diria o Roberto Carlos "são tantas emoções", e quem me conhece sabe que minhas emoções são... digamos... um tanto quanto... emocionantes! Quero dizer que, por mais que eu tente, não consigo sentir "um pouco", "de leve". Ah! Como eu gostaria! Tudo é muito forte, e quando é mesmo forte, fica ainda maior. Alegria não é um delicado sorriso nos lábios, é uma gargalhada seguida de pulos, danças, lágrimas e comemorações. Isso só pra dar um exemplo básico. (Após seis meses de blog, não adianta mais querer convencer ninguém da minha "normalidade" hehehe.) Bom, mas olho lá e vejo que a felicidade é mais forte que tudo. Vejo que aprendi a ter mais fé, a conversar mais com o Cara lá em cima. vejo que aprendi a gostar mais de mim, a me admirar mesmo, a achar que sou uma louquinha do bem, que quer mesmo é criar os filhos (minha maios paixão) da melhor forma possível, trabalhar muito (minha paixão grande), curtir minha família e meus amigos, viajar e estudar, estudar e estudar. Graças a Deus estou conseguindo devagarzinho fazer tudo isso, mas podem esperar que vem muito mais por aí. No candomblé minha mãe é Yansã, a mulher tempestade, ventania. Acho que explica um pouco esse meu jeito de não parar, de não ter (muito) medo do novo, de não suportar o estagnado, o parado, que pra mim é o podre. Sei lá, pelo menos eu gosto desta explicação, dentre as tantas outras que existem pro meu jeito. A verdade é que eu me dei conta que comecei a me conhecer ainda melhor, e ainda bem, to gostando. Ontem tive uma conversa com uma colega canadense, ela me perguntou assim: o que vc encontrou aqui no Canada? Sem pensar, respondi: surtout moi meme (sobretudo, a mim mesma). E isso é muito verdade. Mas o que realmente resume meus seis meses de Québec, é um outro fragmento da conversa com essa nova amiga. O diretor havia me apresentado como "la bresilienne"(como sou conhecida na universidade) e depois da reunião ela veio me cumprimentar e disse assim: "Je veux te saluer parce que j'adore ton pays"(Venho te cumprimentar por que adoro o teu país) e eu, de novo sem pensar, "Et mois, j'adore le tien"( E eu adoro o teu). Ela riu e eu ainda repeti, "J'adore le tien". A verdade é pra ser dita!

Wednesday, August 16, 2006

Mont-tremblant

Não estou com o menor tempo hoje, mas vai ai... bem rapidinho... (hehehe) Meus pais já voltaram para o Brasil. Infelizmente não conseguimos fazer muita coisa juntos nesta confusão que é o início de vida em uma nova Pátria, mas voila, fomos a Mont-tremblant. Tinhamos ouvido falar muito bem, que é uma cidadezinha linda, que parece de boneca, que parece cenário de filme, e por aí vai. Tudo verdade. Eu deveria ter desconfiado que eu ia detestar. Mas não, a trouxa achou que... quem sabe....uma coisa assim "bem turística" cai bem de vez em quando, ainda mais quando temos turistas de verdade entre nós (meus pobres pais). Blargh! Quando eu penso que comecei a me conhecer um pouquinho melhor e que não vou repetir as besteiras de antes... lá vou eu para mais uma idiada braba. Nem indiada não foi, por que programa de índio nível mesmo, acaba valendo a pena. Logo eu que de-tes-to recanto de ricos e famosos... fui me meter onde? Em Mont-tremblant. Ai, ai! Bem é verdade que é tudo lindinho, exatamente como todo o "lindinho"que eu acho ridículo. Arrumadinho, engomadinho, geralmente loirinho (nada contra os loiros), com barbinha feitinha, cheirando a água-de-coloninha, que usa palavras bonitinhas, que é... normalzinho.... Argh! Só um pouco, por que eu to comparando a cidade a um homem? Bem... A verdade é que eu não gostei.. muito... como voces podem perceber. Saí de lá com a sensação de ter lido duas revistas Caras na sequencia. Nada contra de novo, é até divertido, mas no fim sempre fico com aquela sensação de asia, de vazio, de nada, de fútil, de inútil... de imbecil. Assim saí de Mont-tremblant. É tudo boniti-nho, mas é tão trouxinha! Andei 102 vezes no cabriollet (bondinho grátis) e morremos de rir com o Pedro e a Giulia a bordo. Sempre que ando nestas coisas penduradas (roda-gigante, etc) tenho a sorte que a coisa para e eu fico balançando lá em cima. Logo eu, que já tenho tanta adrenalina nesta vida! Balançamos, rimos, o dia tava lindo, meu pai se perdeu 200 vezes, nós o achamos as 200, tomamos cerveja aromatizada de framboesa... só um pouquinho... essa vale comentar: que grande m... Coisa forte, azeda, sem gosto e, o pior, custa SETE dólares. Valeu? Aliás, tudo custa carinho na cidadezinha de bonequinhas... bem carinho... Que saudade da Dolarama! Precinhos para turistinhas boca-abertinhas. Se meu dia foi ruim? Pas pire! Foi até legal! Se eu volto lá? De repente com amigos, para alguma ocasião especial, quem sabe. Pra esquiar? Nem pensar! O que eu não gostei foi que em Mont-tremblant falta alma, falta cor de verdade, brilho de verdade, de história. Uma vez ouvi dizer que uma casa não deve ser nem tão suja que contrarie os bons hábitos de higiene e nem tão limpa que perca o cheirinho de lar. Um pouco de bagunça dá um tom de realidade, de verdade, dá um aconchego, uma sensação de casa da gente. Tá bom, quem me conhece deve estar pensando que eu to achando desculpas para minha desordem. Arretez! Mas acho isso mesmo... as coisas verdadeiras, profundas, reais tem um cheiro muito próprio e especial (e não é de Gleidi Sachet). Sempre que sentimos o cheiro do alho fritando no azeite lembramos da casa de minha mãe. Essas são lembranças boas, a gente volta lá, a gente acredita que tudo aconteceu mesmo, e que foi lindo. Mont-tremblant não tem cheiro de esgoto (nem pensar!) mas não tem cheiro de nada. Mont-tremblant não é habitada, no sentido profundo da palavra. ntes tivéssemos ido de novo a Montreal, onde tem bagunça, tem problemas, tem pedinte, mas tem vida. Vida que desafia, que encoraja, que faz pensar, questionar, refletir e que me apaixona cada vez mais. Mas tudo bem, posso continuar amiga de todos que amam Mont-tremblant, Aspen, Castelo de Caras, Ilha de Caras. Sem ressentimentos!(Mas com tanto lugar lindo nesse mundo... ok, parei!)

Tuesday, August 08, 2006

Valeuzão

Voces já tiveram a sensação que Alguém lá em cima ouviu uma prece que nem se quer voce teve a ousadia de fazer? Pois hoje eu to com essa sensação. Não vou dizer que eu seja muito religiosa, estaria mentindo, infelizmente. Mas há algum tempo, descobri um Deus pra mim que eu adoro. Um Deus sem preconceitos e muito capaz de perdoar as besteiras que a gente faz. Me convenci que, se não for assim, não vale a pena acreditar em Deus. Mais um pra atucanar o vivente? To fora! Mas com o meu Deus eu pude retomar alguns fundamentos místicos, religiosos, sei lá, que me faziam muita falta. Prá completar conheci as religiões afro-brasileiras e adorei... tudo que é pro bem de todos! Por isso, quanto eu to triste, falo com todos que eu acredito, reclamo, dou "broncas" ( olha só a petulancia!), peço, peço de novo, reclamo que me esqueceram, etc,etc. Afinal é isso que fazem os seres menos desenvolvidos, não é? Me dou o luxo! Mas quando eu to feliz, como hoje, ainda mais por uma fato que eu queria tanto que não tinha nem mesmo ousado pedir, eu tenho mais é que agradecer. "Minhas Nossas Senhoras"com todos os seus nomes, valeuzão! Todo o mundo que ajudou, nem que seja só mandando good vibrations... brigadão! Sei que a gente colhe o que planta, e eu só tento plantar o bem, mas uma ajudazinha inesperada não é nada mal, né? Por isso fica essa música que eu ouço na voz da Marisa Monte e em dias como hoje eu canto, canto, canto... É meu jeito de dizer: que bom que vcs se lembram de mim aqui! Obrigada! Vou continuar tocando o barco!

Lenda das Sereias

by Vicente/Dionel/Veloso

Oguntê, Marabô Caiala e Sobá
Oloxum, Ynaê Janaína e Yemanjá
São rainhas do mar
Mar, misterioso mar
Que vem do horizonte
É o berço das sereias
Lendário e fascinante
Olha o canto da sereia
Ialaó, oquê, ialoá
Em noite de lua cheia
Ouço a sereia cantar
E o luar sorrindo
Então se encanta
Com a doce melodia
Os madrigais vão despertar
Ela mora no mar
Ela brinca na areia
No balanço das ondas
A paz, ela semeia
Ela mora no mar
Ela brinca na areia
No balanço das ondas
A paz, ela semeia
E quem é?
Oguntê, MarabôCaiala e Sobá
Oloxum, YnaêJanaina e Yemanjá
Olha o canto da sereia
Ialaó, oquê, ialoá
Em noite de lua cheia
Ouço a sereia cantar

Wednesday, August 02, 2006

Esclarecendo...

Resolvi escrever este post so para esclarecer algumas coisas sobre o objetivo deste blog, ja que parece que algumas pessoas ficam um pouco confusas... pelo menos foi o que eu percebi em alguns comentarios nos ultimos posts. Olha so, eu nao me importo nem um pouco de responder duvidas objetivas, como as da Gisele por exemplo. Nem um pouco mesmo!!! E sempre um prazer poder dar um coup de main a qualquer pessoa. O que eu fico meio puta ... desculpe a palavra... e com umas criaturas que acham que isso aqui e um emprego meu ou uma agencia de imigracao ou um lugar para aparecer a qualquer custo ou para se fazer de boa samaritana... ou sei la o que... Ha algum tempo uma pessoa escreveu pro meu e-mail,que eu tinha tornado publico aqui, reclamando (iso mesmo!) que eu nao tinha respondido o comentario dele e citando tais e tais blogueiros que sempre respondem " cada virgula" . Nao da pra aguentar, ne? E o pior e que eu fui obrigada a responder para esta criatura que eu tinha, siiiim, respondido o comentario dele (isso e o pior!). Nao apenas tinha respondido como ainda me dei o trabalho de criar um post, ja que outras pessoas tinham pedido para saber um pouco mais sobre Laval. Mesmo com a cara no chao, o impertinente ainda me mandou um e-mail dizendo que eu poderia ajudar mais, postar sobre isso e aquilo... Nao tenho o menor SACO pra isso. Ele que va procurar as informacoes que precisa na....hehehe onde quiser (desolee). Eu escrevo aqui por que gosto, nao tenho nehuma obrigacao e nem recebo nada de ninguem para fazer isso. Gosto que tenha gente que curta ler as bobagens que eu escrevo, que refletem o jeito que eu sou, mas nao venha me tirar... Ninguem precisa de mais blogs colando links da internet. Acho ate (desculpem) um des-servico fazer isso, por que, se uma pessoa nao tem paciencia para pesquisar por si mesma, estando na sua casinha no Brasil, muito menos vai ter condicoes de procurar aqui (outro pais, lingua, povo, cultura) as inumeras informacoes de que (CERTO!!!!) vai precisar. E nao me venha dizer que pesquisar na internet substitui as buscas de corpo presente aqui... nem a pau! Pode ajudar, e ajuda muito, mas substituir... Nao! Nem se iludam... Entao e isso, esse blog e ludico, informacoes sobre imigracao vcs vao achar pelo mundo virtual aos quilos, e sugiro que facam isso diretamente nos sites fontes e nao nos Ctrl-C e Ctrl-V que estao por tudo. Foi um desabafo, mas e pra dizer que as pessoas que leem esse blog podem e sao bem-vindas para perguntar o que quiserem, se eu nao reponder e por que nao fiquei afim ou porque achei a pergunta muito vasta e nao tive paciencia para decifra-la. O que eu posso e gosto mesmo de responder sao as duvidas referentes ao que eu vivo aqui, que e o que eu sei, um pouco pelo menos. Outra coisa: e sempre de bom tom, voltar no site onde se fez a pergunta para agradecer a resposta. Acho que tem gente que esquece! Faz parte da boa educacao... ou nao?

Respondendo a Gisele: nao sei que idade tem seus filhos, mas e bem provavel que eles tenham que entrar na classe d' accueil, como os meus. Ao menos se eles nunca estudaram frances. Quando chegares deves ir ate a comissao escolar de Laval inscrever teus filhos e eles te avisam depois quando vcs vao ter uma reuniao na escola para esclarecer tudo. Acho que a St. Norbert e a unica escola aqui que tem classe d' accueil... Eu a acho otima!

So pra terminar... super obrigada para as pessoas que mesmo sem nos conhecerem (bem... pessoalmente!) torcem e mndam boas energias para a minha familia. Podem ter certeza de que elas sao retribuidas de todo o meu coracao.