Oito meses - Bilan!

Já faz um certo tempo que venho preparando este post... Fiquei a fim de fazer um levantamento das coisas mais importantes que aprendemos por aqui neste 8 meses. Isso também poderia ser útil para lguém que esta chegando, pensei eu, já que eu bem que gostaria de ler algo assim quando estava me preparando pra vir... nem que fosse pra não acreditar em nada...hehehe Também penso que é legal postar pra daqui a um tempo validar, ou não, estas experiências iniciais. Algumas das experiências transformadas aqui em sugestoes foram vividas pessoalmente pela minha família, outras foram conclusões que tiramos observando as conseqüências nos comportamentos dos outros, conhecidos ou nao. De qualquer maneira talvez seja útil pra alguém. Então é assim...
1) Venha com um hotel reservado, você vai economizar bastante estresse na chegada do aeroporto. Claro que você não vai ter tantas aventuras para contar ... mas acho que não faz mal...hehehe
2) Não preste atenção so no numero de malas por pessoa que você pode trazer. Existem regras sobre o peso de cada volume também (tudo bem, essa eu sei que é maxi básica, mas os boca-aberta aqui, na emoção dos últimos dias, nem se deram conta deste detalhe resultado: retirada de vários livros em pleno check-in... mico monster!).
3)Não compre roupas de inverno no Brasil, não vale a pena. Muito menos sapatos... muito menos de neve... Esquece! Existem aqui super magazinoes onde é tudo bem em conta. Pra sapatos a Payless é muito barbada (compramos botas de neve maravilhosas pro Pedro por 10 dolares na liquidação de fim de inverno).
4) Chegando aqui a primeira coisa a fazer é procurar o MICC (Ministério de Imigração e Comunidades Culturais) da região que tu pensas em te estabelecer. Digo primeira coisa mesmo!!! É bobagem esperar se acomodar, achar apto e tal para depois procura-los. De acordo com as tuas necessidades eles podem te encaminha para vários serviços que te facilitam a vida... até pra alugar apto. No nosso caso foi o Carrefour d’intercultures de Laval que achou o nosso apto. Nem questionamos, já que sabemos de gente que teve dificuldade de alugar o primeiro apto aqui (recém-chegado, sem trabalho...)... Alias essa é outra...
5) Se você é fresco para casa, apto essas coisas... tente vir com alguma coisa meio que certo. Se vier como a gente, sem nada, realmente não acho que é não muito a hora de ser extremamente exigente. É claro que tem um limite de conforto básico que deve ser respeitado, mas depois disso, sem frescura é mais fácil. Não esqueça que vocês vão estar pagando hotel por dia e cada cent vai fazer diferença daqui pra frente. Faz um contratinho de um ano, so pra aterrisar, depois vê como fica.
6) Na chegada, se vire. Não fique esperando por ninguém, cada um tem a sua roubada e quem ta chegando é você, os outros tem mais o que fazer. Como não conhecíamos ninguém, nem podíamos mesmo ter caído na armadilha da folga, mas já vimos cada coisa...aiaiai Além disso, as roubadas destes primeiros dias serão inesquecíveis e você ficara muito mais confiante se provar a si mesmo que é capaz de se virar. O MICC ta ai pra ajudar e eles ajudam mesmo.
7) Não fique tímido por causa da língua. Na real, caso você não seja a mais fluente das criaturas, as situações embaraçosas serão inevitáveis. Repito:inevitáveis. Melhor destraumatizar logo e sair falando, a gente vai se acostumando com o tempo. Quanto mais rápido você vencer a timidez, mais rápido vai ter amigos, mais rápido vai dominar a língua e mais rápido vai começar a rir de si mesmo (isso é muito legal). E falando em falar...
8) Nunca, jamais de la vie, em hipotese nenhuma, nem sob tortura, fale mal do acento quebecois (so vale chorar escondidinho no ombro do marido...hehehe). Você esta chegando, é quem tem que se adaptar, não gostou? Volta! O acento é esse ai, ninguém vai mudar para agradar seus ouvidos sensíveis. Para de reclamar e se acostuma logo. Em seguida você vai acostumar e até achar muitíssimo simpático. Quanto mais reclamar, mais difícil vai ficar pra aprender, é como se fosse um bloqueio que cresce. Além disso os quebecois, com toda a razão, detestam que falem mal do acento deles. Ou seja, esqueça essas piadinhas que aqui não tem a menor graça. Quando a gente chega na casa de alguém a gente não reclama da musica que esta tocando, não é?
9) Ainda sobre falar... se esforce... Não coloque muita fé no curso do governo (nos achamos bem fraquinho). Mas eu aconselho a se inscrever o mais rápido possível, tem fila de espera para faze-lo. Se não tiver nada mais urgente a fazer, vale a pena aproveitar, alguma coisa sempre se aprende e... bem ou mal você já pagou por esse curso... Se tiver tempo, faça, mas não aposte todas as suas fichas ai. Tente conversar com gente que fala a língua (no curso, muitas vezes a única pessoa que fala bem é o professora, entao as vezes a gente acaba se atrapalhando um pouco). Veja TV, ouça radio, leia muito, tudo isso ajuda. Essa dica eu dou porque pensei que a fluência viria mais rápido... e tenho lido em alguns blogs opiniões de pessoas que pensaram como eu e que, um ano depois ainda estão la batalhando com suas limitações... É normal! Nada de se deprimir por isso.
10) Caia na real, quando chegamos aqui, sem a fluência no francês, somos semi-analfabetos. E não adianta dizer que tem dois doutorados. Acho que quem é bem fluente em inglês, se vira legal se ficar num meio anglofono (não venha pra Laval neste caso...hehe) O que eu quero dizer é... nao adianta chegar de salto alto... entendeu, ne? Mas não desista de seus objetivos e va tocando como der.
11) Se vier com crianças reserve uns dias no primeiro mês pra fazer de conta de estão de férias, passear, conhecer alguns lugares legais pra eles, comer besteira...Isso vai ajudar a que eles registrem boas experiências nestes primeiros dias e não so a correria de papeis e mudanças. E compre brinquedos... é basico! Enquanto eles se divertem com os brinquedinhos da griffe Dollarama (tudo por um dólar), você fala com a agente de imigração, com concièrge, com o proprietário, faz um super...
12) Tenha claro que eu você quer fazer profissionalmente quando chegar aqui, com quem precisa falar, lugares que tem que visitar e faça isso logo que der. Se quiser fazer um curso, se agilize! As inscrições são feitas, quase sempre com muita antecedência!
13) Quando a gente chega, o choque com a comida é até que bem fortinho... pelo menos pra gente foi um pouquinho sim. Entao se você quiser: leite moça (aiiiii que saudade!!!!!), erva de chimarrão que preste,farinha de mandioca, ou outras iguarias da sua regiao, so um conselho: traga! No inicio a gente não acha nada...
14) Não se apavore com os imigrantes-reclamantes que vão aparecer no seu caminho. Sim, eles estão por tudo! Criei esta categoria de diagnostico tamanha é a incidência desta patologia aqui. Pra mim é uma patologia, afinal se não ta gostando, te manda! Go home! Rentrez chez vous! Não fica aqui enchendo a paciência de quem ta chegando e quer mais é se acomodar... mas não se engane... você vai conhecer vários espécimes deste tipo. Eles costumam dizer que ‘ espere pelo pior, ninguém vai te dar trabalho, eles são preconceituosos, detestam imigrantes, a vida aqui é dificil, mas no meu pais...’. Conselho? Deixe essas criaturas falando sozinhas! Tudo mentira! O que os quebecois não gostam é de gente folgada. Não seja folgado e você não vai ter problemas com eles. Faça a sua parte, é so o que eles se esperam! No mais malas existem em qualquer cultura mas, hereusement, gente boa também... Foco nestes!