Wednesday, January 17, 2007

Saudade de que (m)?

Como eu ando meio sem 'quase nada' pra fazer, resolvi divagar um pouco...hehehehe Na real ando divagando no mêtro mesmo, meu diva atualmente preferido. Hoje até me lembrei de uma musica hiper velha do Kid Abelha que dizia assim: ' So tenho tempo pras manchetes no metro. E o que acontece na novela, alguém me conta no corredor. Escolho os filmes que eu nao vejo, no elevador, pelas estrelas que eu encontro na critica do leitor...' Isso sou bem eu nessas ultimas semanas. Uffa! Credo! Mas tudo fica bem quando a gente trabalha com o que a gente ama. Bem, mas voltando as divagaçoes instantaneas... Segunda eu estava comendo um sanduiche na frente do computador quando me dei conta que era hora de dar uma paradinha. Como nao consegui ficar simplesmente comendo meu sanduiche em paz, como faria uma pessoa normal depois de passar quatro horas lendo textos numa tela, resolvi furungar nos blogs alheios (o que alias é um de meus passatempos rapidinhos preferidos...o outro é fofocar no MSN, mas ai tem que cuidar pra nao se empolgar e perder muito tempo...né, Lê?hehehe). Em alguns blogs que eu fuçei, a galera tinha ido passar as festas no Brasil. Adorei ler os depoimentos! Todo mundo feliz! O clima meio: patria amada Brasil...as praias do Brasil ensolaradas... e por ai vai. Bom de ler! Alguém colocou a musica ' Casa' do Lulu, ilustrando a sua chegada em terras brasilis. Coisa querida, isso! Com o sanduiche que eu comia, acabou também meu tempo livre. Hora de voltar ao trampo. Fecha janela daqui, abre janela dali...Recomecei minhas coisas mas me dei conta que sentia alguma coisa estranha. Boa psicolouca que ainda sou, parei para analisar. Que saco! Um troço que aperta aqui dentro... Seria saudade? Achei meio estranho...Mas so me dei conta da gravidade da situaçao quando vi que, nao, nao era saudade. O sentimento que me invadia era a boa e velha culpa. Culpa? Pois é, culpa. Vocês podem me achar doida (imagina, quem pensaria isso?) mas eu senti culpa de...de nao sentir saudade. Heresia! Caramba, tchê! Vai fazer um ano que eu tô aqui e a saudadezinha do tal do Brasil nem tchuns! Mas nem tchuns mesmo! Engraçado que logo que cheguei conheci uma pessoa daquele estilo basico 'proprietaria de todas as verdades sobre a face da Terra' que me disse que, em seis meses minhas 'ilusoes' (ela queria dizer 'meus amores') pelo Québec iam acabar e ai, eu seria acometida de uma enorme saudade, que todo mundo passa por isso e blablabla. Alias, interessante como todo bom dono da verdade gosta de generalisar tudo: todo mundo passa, todo mundo é assim ou assado...meus instintos de pesquisadora me comicham quando aparecem essas criaturas. Mas bem, tudo pra dizer que saudade do Brasil que 'é bom'....nada!!! Acho estranho poruqe consideraria super normal e mesmo esperado que se sinta saudade da terra natal. No entanto, antes que alguém me mate ou faça um batuque raivoso, deixa eu explicar... Tô falando de saudade do pais, da cultura, do povo (em geral)... Nao tô falando das pessoas! Pelo amor da vaca jérsey, entendam isso... É tudo separado! Meus amigos queridos poderiam estar em qualquer canto do planeta que eu sentiria saudade e sentia mesmo quando estava em Porto e passava muito tempo sem vê-los. Viram so, me senti melhor! Achei meu foco de saudade! Pelo menos eu tenho um coraçao, pensei. Sim, porque a estas alturas ja tava me sentindo o fim da picada. Talvez, dirao alguns, eu ainda va sentir saudade do pais onde nasci. Pode ser e, na verdade, espero que sim. Acho que é normal, eperado, desejavel, faz pate da identidade do ser. Acho querido e simpatico. Mas nao posso fazer nada: agora, quase um ano apos a saida, eu nao sinto mesmo. Inclusive, se tivesse que ir pro Brasil em breve isso ia me fazer 'chier', como dizem aqui. Nao tô preparada pra sair daqui (coisa louca,né?). Até quero ter que voltar la a trabalho, daqui ha um tempo, mas agora...pas de tout. Penso, penso e as unicas coisas que me dao aluma nostalgia têm ver com meu estomago: Leite Moça (ainda nao achei aqui), rodizio de pizza (do Dom Vitto), sorvete (do frevinho em Sampa) e comida da mamae. Mas comida da mamae nao entra na categoria 'saudade do pais', entra na categoria 'saudade da mamae'. Alias, na categoria pessoas, sinto falta de todos meus queridos amigos que nao preciso nomea-los por que todo mundo sabe muito bem quem sao. Mas além de pai e mae, que é obvio que eu sinto uma baita saudade, tem duas pessoinhas que merecem ser citadas por que sao as campeas de me fazerem chorar so de pensar. Sem ordem hierarquica de importancia, minhas amigas Cris e Rê. As imagens da nossa relaçao estao sempre fresquinhas na minha mente, como um filme que a gente compra o DVD e fica vendo em looping. A Cris, doida que nem eu. É tao igual, tao igual, que as vezes a gente mesmo se irrita. Uma vai dizer uma coisa, a outra ja disse (saco! hehehe). Se fossemos de sexos opostos formariamos talvez um casal...hehehe Mas como nenhuma das duas tem a menor tendencia homo, nos contentamos em sermos irmas e nos adorarmos sempre, longe ou perto. A Rê é meu exemplo de segurança e de como lidar com o estresse. Ninguém faz isso melhor que ela. Ta ai uma criatura que nao se estressa com nada, nada, nada! Ela vai fazendo tudo na ordem de importancia, sem se esbaforir jamais e sempre chegando ao resultado almejado. E isso que ela tem sempre horrores de coisas pra fazer. Quando eu perguntava como ela conseguia, a resposta era sempre a mesma:' o que que adianta se estressar? Se apavorar nao vai resolver!'. Ai, Rê, se tu soubesse o quanto eu penso em ti....hehehe Gurias, saudades dos nossos cafés-da-tarde, dos nossos papos interminaveis, de todos os colos que a gente se deu, de falar no telefone horas a fio, de tomar cerveja dando risada, de ir no shopping sabadao com a criançada so pra ajudar a tumultuar o caos, de comer batata-fita na Petisqueira) de falar besteiras e fofocar. Amigos verdadeiros sao insubstituiveis. Cada um tem seu valor especial e um nao substitui o outo jamais. Cada um tem seu espaço no coraçao e é unico, dono e senhor dali. Aqui tenho diversas amigas maravilhosas também, que têm seu espaço particular no coeur, mas cada uma é uma e unica. Em suma eu, euzinha mesmo, sinto saudade de quem eu amo, mas felizmente (ou infelizmente, sei la) meu coraçao fez a mudança de pais comigo, nao ficou em nenhum lugar do passado. Minha casa ta aqui. Mas a todo mundo que tem saudade do tico-tico-no-fuba, so uma mensagem: de alguma forma, eu invejo vocês, la no fundo... Podem acreditar!

4 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Muito bom ler esse depoimento.
;-)

10:42 AM  
Anonymous Anonymous said...

Ai!!!
Que loucura!!!!
Um beijo. Raquel

2:13 PM  
Blogger Renata, Dory, Olívia e Vítor said...

Que coisa mais doida...vc tem toda razão de achar uma loucura essas pessoas que são as donas da verdade! Cada um reage de um jeito e espero poder me adaptar assim como vc!
Às vezes sinto medo de ir, mas pior do que isso é viver pensando como teria sido.
Quer saber...vou seguir o exemplo de sua amiga Rê e deixar as coisas acontecerem, cada uma no seu tempo.
Beijo
Renata

8:25 AM  
Blogger Tati e Rafa said...

Mylene, eu nunca comentei no seu blog, mas hoje tive que fazer isso.
Eu moro na ville de Québec faz 7 meses e hoje, bem hoje me deu uma crise de saudades...
Foi muito bom ler o teu texto...acho que eu fiquei mais pra cima...
Sabe quando você se sente incluída? Como se não fosse o único ser do planeta a ter feito a "loucura" de ter deixado quem ama pra trás pra arriscar uma nova vida.
Obrigada por ter me feito mais feliz hoje :)
Beijos
Tati

6:00 PM  

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