Tuesday, May 16, 2006

Mães

Desculpem o atraso mas vou ter que falar de mães. Por aqui a Fete des Meres (desculpem a falta de acentos, mas ainda não me achei neste teclado) é muito mais tranquila que aí. É claro que tem comerciais de TV convidando ao consumo, mas não chega aos pés do que acontece no Brasil. De qualquer forma, essas festas sempre nos dão oportunidade de pensar um pouco mais... Pensei, é claro, muito na minha mãe. Mas também pensei muito em mim mesma enquanto mãe e, especialmente, nos meus filhos tendo a mãe doida que eles tem (tadinhos...hehehe). Só quando nos tornamos mães é que entendemos as nossas próprias - sinto muito garotos, mas não vejo outro jeito. Como diz aquela música: mãe é mãe, paca é paca! Muitas vezes me pego dizendo e fazendo coisas que eu o-di-a-va quando minha mãe fazia. A principal e mais recorrente é dar sermões intermináveis! Até eu me canso da minha voz (imagina os outros...)! As crianças ficam com umas caras de vaca atolada, mas nem ousam interromper o discurso, que muitas vezes tem razão de acontecer. Minha mãe fazia isso. Oh, saco! Mas a verdade é que tanto naquele tempo quanto agora, o sermão acaba servindo como um (longo) preambulo para uma conversa bem aberta e para a discussão democrática (acreditem!) de muitas dúvidas. Tem horas que penso que as crianças "pedem"o sermão de mãe! A Giulia é uma que, além de dar sermões também (algo presente no cromossomo X desta família) ainda exige que eu termine os meus com toda a pompa e circunstancia. Dia desses o telefone interrompeu meu longo falatório e depois que desliguei esqueci de continuar. Não é que os dois continuavam sentadinhos na cozinha (eu nem lembrava mais o que eles estavam fazendo ali) e quando perceberam que eu não voltava, gritaram: "Tá mãe, tu não vem continuar?" hehehe Só meus filhos mesmo! Outra coisa é cobrar responsabilidades. Claro que tem formas e formas de fazer isso, mas muitas vezes me pego repetindo Celina Dayse: "Assim não dá! Cada um tem que cuidar das suas coisas! ". Enfim, eu bem que detestava, mas essas ordens me ajudaram muito na organização pessoal. Levando em conta o número de coisas que sou capaz de fazer ao mesmo tempo de forma (quase sempre) suficientemente eficaz, tenho muito a agradecer a Daysinha! Só quando a gente vira mãe (sim, a gente "vira", a gente não "nasce"), podemos entender a profundidade da letra do Renato Russo: "Voce culpa seus pais por tudo, isso é absurdo. São crianças como voce, o que voce vai ser quando voce crescer...." . Até acho um pouco fatalista demais essa letra, mas no fundo é isso. Nós idealizamos tanto nossos pais, mas na real, eles são só crianças mais velhas, com mais estrada, mas com muitas dúvidas e medos semelhantes aos nossos. Lembro que, quando criança, eu contava uma coisa que eu achava "muito cabeluda"pra minha mãe e, se ela arregalasse os olhos... ai ai ai! Eu percebia que era sério! Mas a maioria das vezes ela mantinha (ou pelo menos fingia manter...hehehe) a serenidade e me explicava tudo de uma forma que as coisas pareciam tão obviamente simples. Oh , manheeeee!!! De vez em quando ainda preciso muito de explicações simples! Só que agora ninguém mais me dá! De qualquer jeito, eu vou tentando dar um pouco de sentido (nem sempre lógico e simples) para a experiencia dos meus pequenos. Hoje eu não me assusto de noite e não corro pra cama de ninguém, mas minha filhinha corre pra minha, e vem me abraçando e dizendo que teve "um pesadelo terrível!" e que só vai ficar "um pouquinho". Eu que pedia consolo, sou agora a que consola, que dá o abrigo, do mesmo jeito que a Cecé fazia comigo. Até hoje não esqueci o quanto é boa a cama da mãe da gente e tenho muita pena de crianças que são completamente privadas deste "pequeno luxo infantil". Claro, que tudo que é demais, é nocivo. Mas que cama de mãe é boa - ah, isso é! Então, um grande beijo a todas as mães que estão lendo isso. E pra minha "mãe preferida" só digo uma coisa: tu és a melhor mãe do mundo, por que tu és a melhor mãe que consegues ser! Eu por aqui, vou também tentando ser a melhor mãe "desterrada"que consigo!

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

D. Mylène,

Sou pai e imagino o quanto deve é especial ser mãe! A tarefa é dura, mas não há prazer tão grandioso em ter esses pequenos seres (sempre serão pequenos para nós, certo?!) sob nossas asas.
Lendo seu post, lembrei-me da seguinte frase:
"Entregar-se de corpo e alma; lutar por um mundo melhor, um pequeno jardim,
ou uma condição social justa; ter brincado e gargalhado com entusiasmo e
cantado com fervor; saber que alguém suspira mais aliviado porque você está
vivo; isso é ter vencido." Ralph Waldo Emerson, poeta, EUA, 1803-1882
Isso representa um pouco do que espero alcançar em relação ao meu filho e minha esposa!

abçs

7:21 AM  
Anonymous Anonymous said...

Feliz dia das mães!

Sam.

7:59 PM  
Blogger Mylène, Rudi, Pedro e Giulia said...

Leslie e Sam,
Obrigada pelas mensagens! Leslie, que lindo pensamento!!! Amei e vou guardar! Abraços, My

10:27 PM  

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