Wednesday, August 16, 2006

Mont-tremblant

Não estou com o menor tempo hoje, mas vai ai... bem rapidinho... (hehehe) Meus pais já voltaram para o Brasil. Infelizmente não conseguimos fazer muita coisa juntos nesta confusão que é o início de vida em uma nova Pátria, mas voila, fomos a Mont-tremblant. Tinhamos ouvido falar muito bem, que é uma cidadezinha linda, que parece de boneca, que parece cenário de filme, e por aí vai. Tudo verdade. Eu deveria ter desconfiado que eu ia detestar. Mas não, a trouxa achou que... quem sabe....uma coisa assim "bem turística" cai bem de vez em quando, ainda mais quando temos turistas de verdade entre nós (meus pobres pais). Blargh! Quando eu penso que comecei a me conhecer um pouquinho melhor e que não vou repetir as besteiras de antes... lá vou eu para mais uma idiada braba. Nem indiada não foi, por que programa de índio nível mesmo, acaba valendo a pena. Logo eu que de-tes-to recanto de ricos e famosos... fui me meter onde? Em Mont-tremblant. Ai, ai! Bem é verdade que é tudo lindinho, exatamente como todo o "lindinho"que eu acho ridículo. Arrumadinho, engomadinho, geralmente loirinho (nada contra os loiros), com barbinha feitinha, cheirando a água-de-coloninha, que usa palavras bonitinhas, que é... normalzinho.... Argh! Só um pouco, por que eu to comparando a cidade a um homem? Bem... A verdade é que eu não gostei.. muito... como voces podem perceber. Saí de lá com a sensação de ter lido duas revistas Caras na sequencia. Nada contra de novo, é até divertido, mas no fim sempre fico com aquela sensação de asia, de vazio, de nada, de fútil, de inútil... de imbecil. Assim saí de Mont-tremblant. É tudo boniti-nho, mas é tão trouxinha! Andei 102 vezes no cabriollet (bondinho grátis) e morremos de rir com o Pedro e a Giulia a bordo. Sempre que ando nestas coisas penduradas (roda-gigante, etc) tenho a sorte que a coisa para e eu fico balançando lá em cima. Logo eu, que já tenho tanta adrenalina nesta vida! Balançamos, rimos, o dia tava lindo, meu pai se perdeu 200 vezes, nós o achamos as 200, tomamos cerveja aromatizada de framboesa... só um pouquinho... essa vale comentar: que grande m... Coisa forte, azeda, sem gosto e, o pior, custa SETE dólares. Valeu? Aliás, tudo custa carinho na cidadezinha de bonequinhas... bem carinho... Que saudade da Dolarama! Precinhos para turistinhas boca-abertinhas. Se meu dia foi ruim? Pas pire! Foi até legal! Se eu volto lá? De repente com amigos, para alguma ocasião especial, quem sabe. Pra esquiar? Nem pensar! O que eu não gostei foi que em Mont-tremblant falta alma, falta cor de verdade, brilho de verdade, de história. Uma vez ouvi dizer que uma casa não deve ser nem tão suja que contrarie os bons hábitos de higiene e nem tão limpa que perca o cheirinho de lar. Um pouco de bagunça dá um tom de realidade, de verdade, dá um aconchego, uma sensação de casa da gente. Tá bom, quem me conhece deve estar pensando que eu to achando desculpas para minha desordem. Arretez! Mas acho isso mesmo... as coisas verdadeiras, profundas, reais tem um cheiro muito próprio e especial (e não é de Gleidi Sachet). Sempre que sentimos o cheiro do alho fritando no azeite lembramos da casa de minha mãe. Essas são lembranças boas, a gente volta lá, a gente acredita que tudo aconteceu mesmo, e que foi lindo. Mont-tremblant não tem cheiro de esgoto (nem pensar!) mas não tem cheiro de nada. Mont-tremblant não é habitada, no sentido profundo da palavra. ntes tivéssemos ido de novo a Montreal, onde tem bagunça, tem problemas, tem pedinte, mas tem vida. Vida que desafia, que encoraja, que faz pensar, questionar, refletir e que me apaixona cada vez mais. Mas tudo bem, posso continuar amiga de todos que amam Mont-tremblant, Aspen, Castelo de Caras, Ilha de Caras. Sem ressentimentos!(Mas com tanto lugar lindo nesse mundo... ok, parei!)

6 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Vc me fez lembrar de uma amiga nossa que teve que morar uns meses numa cidadezinha da Noruega, acompanhando o marido que estava lá a trabalho. Ela, carioca da gema, reclamava justamente desse aspecto de tudo limpinho, branquinho, perfeitinho. Quando ela foi a Oslo ela viu uma certa "sujeira", aí ela ficou toda feliz e com mais saudades de casa(RJ). Na minha opinião, acho que tudo tem o seu lugar e a hora, um pouco desse tipo de perfeição, de vez em quando é até legal, mas se for todo dia, deve dar um tédio daqueles.

abçs

Leslie, Dilaine e Davi

7:02 AM  
Blogger Mylène, Rudi, Pedro e Giulia said...

Pois é, Leslie... d'accord....de vez em quando deve ser bom, só não me pergunte quando!!!hehe Eu e minahs opiniões polemicas!

3:41 PM  
Anonymous Anonymous said...

Hehehehehe, adorei sua descrição da cidade! Agora fiquei curiosa: faltou as fotos de vcs lá! :P
Bjin

1:37 PM  
Anonymous Anonymous said...

Salut
Posts verdadeiramentes idiossincráticos, monstrando apenas o que sente.
Também estou curioso para conheçer este "paraíso"...hehe
PS: seu pequeno Pedro teve estar contente com o empate colorado que se transformou no título inédito da copa libertadores.
Saudações a Rudi e a todos os tricolores.

Bon semain,
Sam.

1:33 PM  
Anonymous Anonymous said...

Oie!

Well, eu fui pra Mont-Tremblant e... adorei... hehehe! Mas do que gostei mesmo foi da natureza. Fomos no outono passado, aqueles montes estavam simplesmente lindos, cobertos de árvores de diferentes cores! Tem uma cachoeira lá, muito linda tb! Subimos a pé até o cume do monte. (5 horas, aí aí). Agora com relação a vilinha é pra playboy mesmo. Tudo muito caro.

[]'s

Isabela.

8:48 PM  
Blogger Mylène, Rudi, Pedro e Giulia said...

Pois é, Isabela! Este post causou alguns mal-entendidos por que eu realmente não deixei claro que eu me refiro "a vila", a pequenina cidadezinha turística e não a natureza que circula o local. Tava tão braba que esqueci de dizer que adorei a paisagem na estrada, as pistas de esqui no caminho e tudo o mais. Faz parte!Abraço!

10:07 AM  

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