Tuesday, June 20, 2006

Copa do Mundo

Futebol nunca foi muito o meu forte. Mal sei o nome dos jogadores e em relação ao treinador, as vezes ainda me engano. Quando éramos recém-casados, na copa de 94, coloquei o Rudi em apuros quando fomos assistir a final da Copa com um casal de amigos. Eu que devia estar de mal-humor (ocasiões em que eu mesma tenho sérias dificuldades para me aguentar), ficava só torcendo pelo outro time (acho que era a Itália). O pobre do Rudi queria me matar... Depois disso, nunca mais torci por ninguém no futebol (apesar de ser fã do Zidane). Mas confesso pra voces que, estando aqui, é inevitável. Ainda mais eu, que sou festeira que só, torcer pelo Brasil na Copa é mais do que uma boa razão pra festejar. Pois bem... Fomos convidados para assistir o jogo na casa de uns amigos em Lachine. A casa era maravilhosa com piscina e tudo o mais... Um casal brasileira-alemão, muito especial! É claro que tinha muita gente, criançada, comelança (até macaxeira frita, acreditam?) e cervejada também. No intervalo do jogo (depois daquele primeiro tempo triste), era sambão e dá-lhe festa. Tipo: se ganhar, ganhou, se não... pelo menos a gente aproveitou! O mulherio não viu nada... minto... quando eles gritavam "Gol" a gente corria pra ver o replay (entendi por que eles repetem tantas vezes os gols - é pras tia Maria que ficam na cozinha!). Bom, quando o jogo acabou os mais calmos (estilo Rudi) ficaram com as crianças na piscina e o resto saiu em carreata por Lachine e por Montreal. Saímos em quatro carros, mas chegamos a ser seis lá pelas tantas (não me perguntem quem estava nos outros dois... se juntaram a nós...). Era samba a milhão, bandeiras pra fora, gritaria. Voces pensam que pagamos mico? Que nada! O pessoal adorou! Passamos por todo o Quartier Latin e por quase toda a Ste. Catherine, Boul. Rene Levesque... Todo mundo na rua (fazia um calorão) batia palmas, ria, cantava junto... Muito engraçado! Nunca esperei por isso. Paramos na frente de uns bares e saimos dançando (estou aproveitando pra me especializar em samba de asfalto). De repente apareceram umas criaturas, vindas não sei de onde, com pandeiro e chique-chique. Detalhe: não eram brasileiros, eram haitianos que torcem pelo Brasil e quiseram se juntar a a nós. Uma hora, o transito estava parado na Ste. Catherine e eu sai com o corpo pra fora da janela do carro, abanando a bandeira pra falar com um amigo que estava no carro de tras... Sem esperar, dois ou tres turistas (ou sei lá o que), mandaram ver nos flashes, bem pertinho de nós. Claro que me senti uma celebridade...heheheh Ah! Como a gente queria essas fotos, devem ter ficado muito legais, por que eles sairam dizendo "Ei! Thank you!". Ou seja... farofa total!Pena que perdi minha bandeira (aquela que estou segurando na foto da feijoada) em plena auto-route... Vou ter que me descolar outra. E minha mãe me contou que em Porto Alegre, pelo menos na beira do rio em Ipanema, estava tudo calmo e morto depois do jogo. Vai ver que era por isso que eu não me animava pra torcer lá. Depois de tudo, voltamos pra Lachine e continuamos a comer e beber. Segunda-feira era eu com dor pelo corpo todo... mas bem feliz de ter aproveitado esse momento. É engraçado, mas depois de um tempo longe do país da gente, é muito bom estar com pessoas queridas, sentir o sol, o gosto da macaxeira frita, da Brahma, o Olodum... tudo que lembra o nosso pais. É quase que um reencontro com a gente mesmo, com um pedacinho que fica lá dentro, intacto. Descobri que minha brasilidade tem muito mais a ver com meu lado nordestino (de mãe) do que gaúcho (de pai), por que tudo que eu sinto saudade em primeiro lugar, são as experiencias ligadas ao sol do nordeste e ao carinho das pessoas de lá. Mas é bem verdade que também não largo meu chimarrão (nem pensar). Mas é estranho como o distanciamento nos ajuda a mergulhar na nossa essencia.... acho que a minha é indígena!

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Adorei o post!!
Muito legal mesmo!!
Minha comemoração foi mais comedida...hehe

Sam.

8:33 PM  
Blogger Mylène, Rudi, Pedro e Giulia said...

Pois é, Sam... Ser discreta não é exatamente a minha melhor qualidade...hehehe Fazer o que? Abraço, My

8:32 AM  

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