Sunday, December 02, 2007

O problema é o amor

Tem dias que a noite é foda, diz aquela musica.E tem semanas que os dias sao foda também. Desculpem o palavreado 'chulo' (como diria o Tuta), mas tem horas que so as palavras de 'baixo calao' conseguem expressar os sentimentos da criatura. Eta semaninha!
Segunda me levanto as cinco, como sempre. Adianto minhas leituras, tomo meu café sossegada, organizo a semana. Repito: or-ga-ni-zo a se-ma-na... pretensao tua minha filha. Mas até ai eu ainda nao sabia o que aguardava. Saimos juntos e eu bem feliz da vida pisando naquela nojeira de slush por tudo e tentando, de preferência, nao cair de bunda e quebrar... a bacia. Pois é, tem gente que toma cuidado pra ver se nao se machuca e se nao precisa inflar ainda mais o serviço de saude, ja atrolhado deste Québec de meu Deus. Pois é...tem gente...
Chego no bureau bem satisfeita, ta vazio, bem tranquilinho pra trabalhar naquela segunda-feira. Nao sei bem por onde começar, mas como estou com a pilha toda, começo por aquelas coisas que preciso estar em contato com as secretarias e outras pessoas. Corro pra la e pra ca pelo corredor. A semana tem cheiro de que vai render. Ja fico prevendo tudo que vou poder adiantar antes da semaine de relâche do Natal, onde quero fazer algumas atividades especiais com as crias.
Onze e meia. Toca o telefone. Ouço a voz da secretaria da escola. Meu coraçao bate forte. A mulher se esforça pra nao me desesperar, o que ela nao sabe é que eu ja SOU deseperada de natureza e quando imagino que pode ter acontecido alguma coisa, qualquer coisa com os rebentos...bom...acho que enlouqueço. Ela me explica que o Pedro caiu no gelo do patio e levou um chute no nariz. O nariz dele (que diga-se de passagem é perfeito e é uma das obras-primas feitas pelo meus gens...sorry Rudi...esse é meu...hihi) esta, segundo ela, inchado, sangrou um pouquinho e ele esta com muita dor. Quase sem voz e tentando conjugar meus conditionnels e subjonctifs da melhor forma possivel, pergunto pra ela se nao seria o caso de leva-lo imediatamente pro hospital que eu os encontraria la. Ela diz que acha que nao é tao serio, mas talvez fosse uma boa idéia ir na clinica e tirar uma radiografia. Desligo o telefone e saio fechando meu computador e toda a esperança de adiantar um pouco meu trabalho. Pego todos meus casacos, toca, cachecol enquanto vou explicando pra nossa assistente de pesquisa o que aconteceu. Ela se mostra compassiva com a minha situaçao e diz que eu va tranquila e que tente nao escorregar e me quebrar também. Tento sorrir e saio me despencando ladeira abaixo até a estaçao de metro, mas nao sem antes me despedir da Marie dizendo '...Alors, n'oublies pas le capote..' (Entao... nao esquece a camisinha)... Humor acido.
No metro, enquanto me pergunto qual deve ser a velocidade prevista pra um metro nesta hora do dia, e porque tenho sensaçao de estar numa carroça véia, vou tentando me lembrar das minhas aulas de neuroanatomia na faculdade. Tentava me lembrar dos cadaveres que a gente cortava e localizar onde é que o nariz encontra o sistema nervoso central e quais podem ser as consequencias de um nariz quebrado. Fico pensando se nariz é alguma coisa que a gente engessa. Nao me lembro de ter visto alguém com o nariz engessado (coisa de louca).
Uma hora depois estou com o Pedro na clinica. Meu desespero ja passou um pouco. Ele ta meio abatido mas parece bem. O nariz lindo e maravilhoso continua perfeito, embora um pouco inchado e arranhado. Esperamos duas horas. Ele tem fome e sono. O nariz nao ta mais doendo e acho que até eu tô meio zonza de toda a descarga de adrenalina que sofri. Ainda faltam 46 pessoas serem atendidas antes de nos. O serviço da clinica naquele dia ta mais lento que de costume. Digo pra ele que a gente podia ir pra casa e voltar umas três horas depois, ja que moramos pertinho. Ele concorda. Nos mandamos com o nosso numero na mao. Vindo pra casa pergunto pra ele, como foi que ele caiu. O fofo, todo orgulhoso, fala: 'Mas eu nao cai mae...ja te disse que eu nao cai'. E eu: 'Entao, daria pra tu me explicar o que é que tu estava fazeno no chao do patio, deitado no gelo, na hora do recreio?'. E ele: 'Simples, eu tava brincando de me glisser (escorregar),e ai um guri doido que tava correndo, sem querer chutou meu nariz.'
Respiro fundo. Conto até dez. Lembro de todas as técnicas de relaxamento que conheço. Nao se enerve, nao se enerve...da rugas! Mas nao aguento... Dou uma longa explicaçao do PORQUE nao é uma boa idéia se escorregar deitado no meio do recreio, que graças ao meu Bom Deus foi so um chute no nariz que ele ganhou, que podia ser muito mais grave, que poramordavacajérsey ele nunca mais faça isso, pergunto se ele quer matar a mae dele do coraçao (essa faz parte do teatro dramatico aprendido com a minha mae), peço que faça o favor de se cuidar pra nao se machucar e acabo o sermao com uma palestra sobre o sistema de saude do Québec.
Chego em casa e caio no choro. Nao tem nada pior que ver o bebezinho da gente com dor...mesmo...mesmo...se foi o que-ri-do be-be-zi-nho que teve a brilhante idéia de se deitar no gelo pra levar um chute no nariz. Resumo da segunda-feira: meia duzia de cabelos brancos a mais e algumas ruginhas no meio da testa, pouca coisa feita, algumas lagrimas de mae desperada (e depois aliviada) e mil rezas de graças a Deus.
Terça, quarta e quinta tudo se passa relativamente bem. Quinta vou buscar os boletins e devo dizer que ganhei meu presene de Natal adiantado. Os dois estao hiper bem. Desculpei de vez o Pedro pelo...digamos...pequeno 'deslize'.
Tudo parecia se encaminhar para um fim-de-semana normalzinho, calminho, faxininha e coisinhas basicazinhas. Sabado de manha o Pedro (ele de novo) teve se primeiro campeonato de judo aqui. Ele é realmente muito talentoso e adora esses lances de competiçao. Competir nao é muito a minha tripe, sempre fico nervosa (coisa rara) e geralmente tento deixar esse setor sobre a coordenaçao do progenitor do menino. Entao sairam eles prum lado e elas pro outro, ja que a Giu tinha ballet e esse...bom... esse setor é mesmo meu. Encontramos umas amigas, magazinamos, ela fez sua aula de ballet e estavamos prontas para um almoço de 'filles' (minha amiga e sua filha estavam conosco) em um restaurante de sushi maravilhoso. Pois é...estavamos prontas... Quando o celular toca e o senhor Rudi me informa com uma voz um tanto...vacilante...que o querido filho provavelmente quebrou o dedo do pé lutando. Nao consigo acreditar. Ele explica que o Pedro foi muito bem no campeonato, que provavelmente va ficar em seundo lugar, mas que quando estava pra derrubar o guri maior que ele, os dois...voyons...cairam em cima do dedinho dele. Pergunto se ele ta bem e combinamos de nos encotrar no Hospital Sainte Justine (que é especializado em pediatria em Montréal...alias o atendimento é barbaro e aconselho muito pra quem tem crianças fazer uma carteirinha la). Toca a Mylène pro hospital de novo. Segunda vez na semana, segunda possibilidade de fratura, no mesmo filho. Vou reclamando a minha sorte e ao mesmo tempo agradecendo que nada é grave. Reclamo, agradeço, reclamo, agradeço. So sendo Deus mesmo pra me aturar. Chegamos no hospital e em seguida chegam os dois...com cara de cachorro de fez pipi na sala. Como o Pedro ja imaginava, saio eu desabalada, correndo com uma cadeira de rodas no meio da neve. Cena digna de um filme. Ele vem com aquela cara deslavada...pobrezinho...hhihih Nao acho que tenha muito problema no dedo, mas como ele diz que ta doendo mmmuuiiittoooo... ficamos esperando atendimento. Esperando e esperando. Ainda por cima o menino resolve reclamar do tempo espera. Recebe novo sermao sobre o sistema de saude do Québec e novas instruçoes para nao se quebrar e...é claro... ouve aquela maxima 'quem ta na chuva é pra se molhar'. Quer competir? Te prepara meu, filho...é isso ai. Pior pra mim que destesto competiçoes e tô aqui de todo jeito. Finalmente, duas horas e pouco depois (baixissimo tempo de espera para um hospital québecois) o médico examina o rebento,diz que mesmo que quebrou nao ha nada a fazer, mas que parece nao estar quebrado. Examina também o nariz. Sei la o que o médico pensa de um filho que se quase-quebra duas vezes na mesma semana. Preencho o relatorio do acidente. Espero que a DPJ nao me ligue pra tirar satisfaçoes ja que a criatura nao tinha nenhum equipamento de proteçao. Esse éum dos itens do relatorio, se a criança estava fazendo esportes, se eram atividades formais ou informais, e se estava com o equipamento de proteçao. No caso, judo...nao tem nenhum equipamento de proteçao. Quer dizer...nao tinha...por que eu tô pensando seriamente em lançar um escafandro de proteçao pra esse guri.
Voltando pra casa, quase nove horas da noite, olho pra carinha dele no banco de tras. Ta faceiro. Sua performance foi muito elogiada no campeonato. Seu dedo quase nao doi mais. Ele ta voltando pra casa com a familia feliz. Fico tentando me lembrar por que decidi ser mae. Nao é que eu lamente, mas ca entre nos, nao deve ser uma decisao muito racional essa. Na real, se as pessoas realmente pensassem antes de fazer um filho, a humanidade ja teria acabado. Nas minhas divagaçoes entre Outremont e Laval, chego a conclusao que a gente tem filhos por que, antes de tê-los nao tem como imaginar o que seja isso. Nao adianta, nao-tem-co-mo-i-ma-gi-nar. Quando eles existem, tudo muda dentro da gente. A gente se da conta que pode amar infinitamente, mais (muito, muito, muito mais) do que absolutamente tudo e todos que a gente conhecia antes. O problema é esse amor infinito e o medo que vem com ele. O medo de perder, de machucar, de preudicar, de nao ser bom o suficiente. O medo de ficar longe, de ver sofrer, de fazer sofrer. Um medao e um amorzao. Ser mae é mesmo o melhor trabalho do mundo e, de longe, o mais dificil. Fiquei olhando praquele menininho de 10 anos, sentando no banco do carro, sorrindo ao se lembrar que semana que vem o sensei vai lhe entregar a sua medalha e me lembrei da primeira vez que ouvi o coraçaozinho dele dentro da minha barriga. Lembrei da fotinho da primeira ecografia onde ele media '1.8 cm cabeça-nadega'. Agradeci que nao foi nada grave e resolvi parar de me lamentar pelo sabado derramado.
Antes de dormir abracei ele forte e pedi serenamente: ' Agora vê se me da um tempo e para de te machucar, ta? Se der...'

11 Comments:

Blogger Queila said...

Lindo post. Isso deve explicar por que essa smena nao tenho feito outra coisa do que olhar para a minha pequena e chorar: de gratidao e de medo. :)

Q

4:10 PM  
Blogger Renata, Dory, Olívia e Vítor said...

Junto-me ao grupo: que amor que dói é esse hein???
Assim como a Queila, tb olho pra minha pequena e choro de amor e de medo!
Realmente, não dá pra imaginar o que é ser mãe até se tornar uma. É bom demais, mas que a gente sofre, isso a gente sofre mesmo!

6:09 PM  
Anonymous Anonymous said...

Ameeeeeei o post e quero "ajouter" que o Pedro nao tem so nariz perfeito, ele é todo perfeito (alias, tua familia pediu para ser linda e entrou na fila varias vezes!)
Rolei de rir, de pânico, de angustia, de tudo ao ler teu post. Muito bom!!! Eu, contrariamente a ti, nao sou fa do St Justine, ja passei 4h na fila de espera sem ser atendida,entao voltamos para casa. Alias, falando em sistema de saude, to super doente e hoje fui na farmacia e gastei uma fortuna em homeopatia pra ver se melhoro sem ter que consultar. Amo nosso Québec, mas confesso que nosso sistema de saude é, como tu diria, apavorante!
Bref, graças a Deus que esta tudo bem, parabéns ao super jodoca e à bailarina e, acima de tudo, parabéns aos pais, que sao SUPER pais
beijos
leticia

8:11 PM  
Blogger Dilaine de Oliveira said...

Lindo post, Mylène!
Comungo do mesmo amor/medo q vc e q todas as mães do mundo (as q são mães!).
Fico apavorada com esse sistema de saúde daí, e isso é algo q tem me preocupado porque planejamos viver aí tb.
Acompanho sempre teu blog, desde ano passado. Obrigada por compartilhar!
Dilaine.

10:22 PM  
Anonymous Anonymous said...

Vc é ilária...
Até fico imaginando vc correndo feito louca por aí... coisas de mãe!!!
por isso que minha mãe diz: desde que filho pari, nunca mais barriga enchi...
nossa vida é em função deles mas, o amor que sentimos e eles por nós, compensa tudo :)
Ah, como dentista, recomendo vc a comprar um protetor de lábios e de boca para p/ Pedro. Se quiser te mando uns, temos no consultório para dar aos pacientes que lutam ou são " mais ativos"... rsrs
mande o endereço que te despacho!
Camila e José Roberto

10:28 AM  
Blogger Rossana said...

Lindo, fofo, tudo de bom, pra variar!! Agora, vai preparando o coração de mãe, pq artista marcial vira e mexe se machuca!! Já perdi as contas de quantas vezes já me "acidentei" no kung fu! Mas fazer oq? eu gosto! hehehe

Parabéns pro Pedro pelo desempenho e valeu pela dica do Stéphane Laporte!! Vou procurar outras crônicas dele!! Gostei muito do jeito dele escrever!!

Beijocas

6:37 PM  
Blogger Unknown said...

Não apenas as mães, mas os pais também compartilham uma boa parte dessa angústia e preocupação com os filhos. Eu fiquei imaginando quando meu filho, que já está perto de completar 4 anos, estiver praticando esportes mais livremente e começar a ter alguns machucados um pouco mais sérios do que ralar o joelho ao cair na rua, hehehe.

11:20 AM  
Blogger Claudia e João said...

Li o teu blog todo e morri de rir e de emoção em muitas partes (calma, li em vários dias porque a preguiça é muita mas o trabalho existe).

Eu e meu marido pretendemos ter o nosso primeiro filho aí no Canadá e fico me perguntando por qual dessas coisas que você está vivendo hoje passarei.

Continuarei acompanhando, mesmo que seja um post por mês. Vale a pena ver a 'saga' de vocês!

Claudia


http://brincandonogelo.blogspot.com

11:39 AM  
Blogger Flavielle Martins said...

Ai, ai... isso me fez lembrar de quando a Maria Luísa caiu do escorregador... horas no hospital!
Comento com algumas amigas que não tem filhos que quando acho que não posso amar mais minhas filhotas, me pego com um amor ainda maior!
Mas, o mais engraçado é que o Adolfo é bem mais dramático do que eu...hehehe! Sofro muito, mas internamente, já o Adolfo...ai, ai... hehehe...acho até divertido e bonitinho!
Beijocas

5:29 AM  
Anonymous Anonymous said...

Milène, você já pensou em escrever um livro, talvez um livro de contos ou crônicas, pois li seu post hoje (aliás o primeiro, pois não conhecia seu blog) e achei excelente! Como você consegue colocar em palavra sentimentos de uma maneira que prende o leitor e faz com que a gente se sinta dentro da tua estória!!! Aliás, sou uma mãe desesperada como você, e o meu caçula já tem 15 anos! Concordo com você. O "problema" é mesmo o amor.
Abraços, Suzane (em Montréal em julho de 2008, se Deus quiser!)

5:27 PM  
Anonymous Anonymous said...

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8:43 PM  

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