Sunday, September 30, 2007

Sobrevivência recorde!

Semana passada fizemos 13 anos de casamento. Assim, o titulo deste post nao poderia ser outro que: sobrevivência recorde! Digam o que quiserem, pra mim casamento é a coisa mais brega da face da Terra. E posso dizer isso de cadeira por que me casei daquele estilo o mais, mais, mais podre de brega. Quatro meses escolhendo a cor do tapete, as musicas, alianças, flores, o vestido, a dama de honra... E o pior é que ainda gostei de fazer tudo isso. É bem como dizem: as coisas tem um tempo na vida da gente - depois que passou, nunca mais. Hoje em dia eu nao faria tudo isso nem a pau. Se eu me casasse agora, provavelmente iria pra algum canto escondido no meio do Pacifico e faria uma cerimonia verdadeiramente intima: so eu e ele. E pronto. Nada de juras, de promessas que a gente sabe que nao vai cumprir, de anéis pra simbolizar alguma coisa que deve, na real, estar la dentro, bem la no fundo, onde ninguém vai ver. Bom, mas fizemos o bendito casamento o mais tradicional possivel, e também nao me arrependo. Sei que meu pai ficou feliz de entrar na igreja comigo (unica filha, sabe como é...). Minha mae estava radiante no 'Dia da noiva e de sua mae'. Sim, porque nos lançamos uma nova moda. O meu dia da noiva, em um dos saloes mais badalados de Sampa (eu falei que tinha sido brega!), ela passou comigo, e fez tudo o que eu fiz. A noiva e sua mae fizeram massagens corporais e faciais, banhos relaxantes, lanches leves, maquiagem, cabelo, enfim... No salao eles nunca tinham visto isso, mas a gente curtiu de monte. Do dia do meu casemento tenho algumas lembranças inapagaveis. Meu pai, alguns segundos antes da porta da igreja se abrir e nos aparecermos pra todo mundo, me fez uma pergunta desesperante. Ele me olhou e falou com um sorrisinho nos labios ' Sera que por acaso o Rudao ta ai?'. Resultado, as primeiras fotos da minha entrada na igreja retratam o desespero na minha cara para confirmar se o Rudi tinha realmente chegado. Esse é o meu pai...humor negro! Depois lembro da minha mae chorando (provavelmente de alivio de ter me desencalhado...hehe) e do meu irmao caçula, também chorando e tirando umas fotos com a maquininha dele. Ele tinha quase a idade o Pedro hoje em dia. Querido! Finalmente, lembro que tive uma certa taquicardia na hora do juramento. Enquanto eu repetia as palavras do padre ' ... prometo te amar e te respeitar todos os dias da minha vida', lembro que falei em pensamento pra Deus assim: ' por todos os dias da minha vida, entenda-se, todos enquanto eu estiver feliz com ele'. Acho que dei uma roubadinha no juramento...mas se nao, nao dava pra casar! Todos os dias da vida é muito tempo pra quem quer viver 120 anos. Se amar, amou, melhor! Mas sem pressao!
Tenho que confessar que nesta época, quando eu ouvia a historia da crise dos 7 anos de casamento (14, 21, 28 e assim por diante), nao achava muito que eu chegaria até la. Acho que no fundo do coraçao eu pensava que tudo isso nao passaria de uns 5 anos, mas que mesmo asim teria valido a pena. Ao menos eu teria tido a experiência de ser casada. Finalemente, passsaram-se 5, 10, 12... lineramente falando. Digam o que quiserem, eu superei minhas expectativas de sobrevida conjugal. E acho que muito disso foi por causa dele, e nao minha. Eu, como ja falei aqui, sou uma mala reconhecida. Ainda por cima, fujo completamente de todos os estereotipos de esposa-amante e mae-amorosa. Nao é qualquer cara que consegue suportar isso. Alguém que entrasse em concorrencia, ou com um pingo de machismo, alguém que tentasse me freiar, me prender, me sufocar, nao suportaria seis meses. Felizmente, neste ponto acho que a minha escolha foi mais que perfeita.
Mas tudo isso pra dizer que semana passada tivemos um fim-de-semana (entenda-se 24 horas) romanticazinhas nas montanhas québécoises. Minha linda amiga, Marinês, se ofereceu para ficar com as crias e la fomos nos. Subimos até Val Morin, que é uma village minuscula e pouco conhecida entre Saint Adèle e Montremblant. Uma graça!
Bom, eu avisei que esse post é podre de brega, como todas as cerimonias de casamento e suas comemoraçoes. Assim sendo, vou intercalar as fotos que nos tiramos com a letra de uma musica (ai, que essa se supera em breguice) que resume, de alguma maneira, tudo o que eu queria dizer hoje pra esse cara que é...sem nenhuma duvida... o campeao da resistência, da paciência, da insistência e de todas as outras 'ências'. Todo mundo que nos conhece deve estar concordando comigo, afinal me aguentar 13 anos nao seria mesmo pra qualquer um...Como a gente diria em um idioma gaucho-québecois : tem que ser macho em tabarnuch!

ALWAYS ON MY MIND (Elvis Presley)
Maybe I didn't love you quite as good as I should have
Maybe I didn't hold you quite as often as I could have
Little things I should have said and done
I just never took the time.
You were always on my mind, You were always on my mind.
Maybe I didn't hold you all those lonely, lonely times
And I guess I never told you, I'm so happy that you're mine
If I made you feel second best
I'm sorry, I was blind.
You were always on my mind, You were always on my mind
Tell me, tell me that your sweet love hasn't died
Give me, give me one more chance to keep you satisfied
If I made you feel second best, I'm sorry, I was blind. You were always on my mind, You were always on my mind!

3 Comments:

Blogger Sandra Vicente said...

Mylene,
Vocês arrasaram só pra variar. O jeito pouco convencional de vocês é demais. Realmente não imaginava que vc tivesse casado nos moldes tradicionais.
Parabéns para os dois.

12:47 PM  
Blogger Flavielle Martins said...

Acho que ser brega de vez em quando é bom! O importante é ser feliz! hehehe Acho que esse negócio de breguice está pegando. Creio que esse é o clichê mais brega da história, apesar de ter sua verdade. Com certeza, o fim de semana, digo, as 24hs foram maravilhosas!
Parabéns!

8:23 AM  
Anonymous Anonymous said...

Olá, Mylene!
Foi muito difícil para vocês encontrar trabalho por aí? Estão trabalhando em Laval ou em Montreal?
beijos

9:11 PM  

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