Monday, January 28, 2008

Beyond the mother tongue

Comentado os comentarios...Sandra: sorte a de vocês de ter tido uma boa experiência. Eu desejo de todo o meu coraçao que todos os professores da francisaçao em Québec sejam como a profe de vocês. Talvez eu tenha apenas tido ma sorte...mas te falo em pé frio, hein? Duas vezes e em dois colégios diferentes! Alias, a Dani também pegou um bananas como ela diz... pelo menos nao sou so eu...heheheeh Falando em Dani, ela tem mesmo toda a razao. Coisa irritante é mesmo imigrante preguiçoso, so piora se for presunçoso também...Sai de mim! Agora, quem acabou inspirando este post foi a Camila. É que ela me lembrou de comentar alguma coisa que sempre penso, mas nunca lembro de escrever.
É bem verdade que a 'fluência' na lingua (no caso francês) é importante para integraçao. Ninguém nega. Mas também...nao é tttuuudddoooo iiissoooo! Explico-me. Uma professora la da universidade esta fazendo uma pesquisa sobre os acomodements raisonables e uma das minhas amigas trabalhou com ela. Pois ai, a gente falando sobre imigraçao, linguas e tal, a minha amiga me conta sobre uma pesquisa que ela leu em funçao deste trabalho. Os caras estavam verificando os principais fatores que contribuiam para a boa integraçao dos imigrantes. Nao me perguntem detalhes por que eu nao li o tal paper. Mas o que ela comentou foi que a lingua...pasmem...nao é o principal. Ai o pessoal em volta riu e disse que eu era o melhor exemplo disso. É que quando comecei meu doutorado eu compreendia muito bem francês e era capaz de me fazer entender sem problemas, mas a fluência...nem cheiro. Alias, essa historia de se fazer entender é meio fraun. Quando eu perguntei pra uma monitora da francisaçao qual era o bendito objetivo deles la, ela me respondeu que o principal era que os imigrantes 'se fizessem entender'. Bem modesto este objetivo, ja que até com sinais de fumaça a gente é capaz de se comunicar...mais bon. Mas voltando ao assunto, eu era bem meia-boca (ainda sou, mas era mais). Mesmo assim, nunca tive grandes problemas de integraçao. Entao o pessoal achou que a tal pesquisa tinha tudo a ver.
Pra quem sua neste bendito francês que nem eu, ouvir isso é bem estranho. A gente pensa que, se soubesse melhor a lingua, estaria mais safo ainda. O que pode até ser verdade. Mas pensando bem, as conclusoes dos caras tem algum sentido. É obvio que ter um nivel meia-boca da lingua é hiper-necessario, mas nao é tudo. Se fosse, era so jurar que todos os marroquinos, libaneses e outros paises onde eles estudam francês desde pequeninhos, iam se adaptar muito facilmente aqui, o que nao é vedade de jeito nenhum. Sim, tem muitos que se adaptam, mas tem outros que nao. O que prova que ha algo além da lingua que influe ai na historia. De novo...nao li o paper...nao sei que outros fatores eles listavam, mas posso presumir da minha cabeça (ja que esse aqui é o meu blog e...diferente de meus trabalhos de todo o dia, eu posso dizer so o que EU penso...oh, liberdade!).
Pro meu gosto, esse lance de integraçao tem muito mais a ver com uma postura subjetiva do 'ser'. Os imigrantes mais bem integrados que eu conheço (nao tô contando as gurias casadas com québecois, que ja saem muito na frente no quesito integraçao), têm uma coisa em comum: boa vontade. Parece muito simples, mas pra mim é isso. Boa vontade. Boa vontade de tentar, errar, quebrar a cara, rir um pouco de si mesmo e tocar o barco. Gente que nao se leva tttaaaooo a sério, que ta mais afim é de viver o que for e fazer o que der. Gente que nao ta esperando resultados pra amanha e nao acha que, so porque veio de outro pais, todas as portas têm que se abrir automaticamente pra sua majestade - ele. Se os québecois sao frios ou quentes, eu nao sei. Pra mim sao como as pessoas de qualquer outro lugar do mundo: tem os nota 1000 e tem os podres. Escolhe teu lado. Entao, é so pra dizer pra Camila que, d'après moi, quanto mais a gente sabe a lingua, melhor. Mas sempre lembrando que isso NAO é tudo, e ... (vou mais longe e me arrisco...) TALVEZ nao seja nem o principal. E so pra acabar, quanto eu penso em integraçao por aqui, sempre lembro daquela musica do Cazuza que diz:
' a solidao é pretensao de quem fica escondido fazendo fita'.

4 Comments:

Blogger Sandra Vicente said...

Oi Mylène,
Acabo de chegar de uma aula de dança folclórica. Isso está no rol daqueles programas de lazer para a comunidade. Os québécois dançam há 40 anos juntos. Agora entraram 3 imigrantes (2 brasileiras e 1 colombiana). E eles estão dando a maior força pra gente. Divertidíssimo!!! Aqui tem gente de todo jeito como em qq parte do mundo.

9:14 PM  
Blogger Nós4 said...

Oi, Mylène!!

Como te disse, estou aproveitando as férias dos meninos e dando uma fugidinha pra praia. Por isso, não estou atualmente a leitora nem correspondente tão assídua que era...:-)
Entretanto, não podia deixar de passar por aqui para lhe dizer o meu MUITO OBRIGADA!!!!
As "luzes" e a acalmada que você me deu em relação às "crias" foram muito úteis.
Na realidade, é basicamente como você disse: tem que se informar, mas tem que relaxar e tentar encarar as coisas da forma mais natural possível.
Aliás, isso também tem muito a ver com o sentido desse seu último post. Se não for um pouco "maluco", livre, sem medo de errar e não se levar tãããooo à sério, fica mais difícil!
Se a intenção é tentar, só tentando MESMO é que pode dar certo!

Beijão e tudo de bom!!

Dani

9:32 AM  
Blogger Rossana said...

Salut Mylene!!

Pois é... engraçado que eu tava conversando (ou brigando haha) com meus pais sobre isso. Minha mãe faz de TUDO pra pôr areia no meu projeto... meu pai bem menos, mas as vezes enche o saco... mal sabem eles que, apesar de ama-los muito e respeita-los, essa encheção de saco não muda em um centímetro a minha ida. Mas o fato é que, minha mãe tava falando como é difícil se adaptar em outro país, que eu vou sofrer muito... e eu sempre digo que, não é um mar de rosas, mas quem faz a adaptação ser fácil ou difícil somos nós. Isso depende (não totalmente, mas um bocado) da sua disponibilidade de fazer com que dê certo e de encarar as coisas de uma maneira que a sua vida seja mais fácil. Pode parecer meio Polyanna, mas comigo funciona. Quanto mais você reclama, quanto mais você foge, mas complicado fica. Se você tá disposto a fazer com que dê certo "no matter what", as coisas ficam mais fáceis de encarar... sei lá... minha humilde opinião hahahahaha

Beijocas e mais uma vez adorei o post!

8:30 AM  
Anonymous Anonymous said...

Chère Mylène,

muito obrigado pela resposta tão rápida! Vc respondeu, sim, o que eu queria saber. Claro que eu poderia ter perguntado a qualquer outro brazuca da blogosfera q está no CND, mas eu esperava a SUA resposta porque vc tem a crítica que sempre busquei. Na sua descrição à metodologia, deu para entender que o conteúdo programático à francisação deve seguir alguma didática lingüística “imposta” diretamente pelo governo – ou não? Digo, os imigras não têm de se submeter à didática do livro x ou do compêndio y, uma vez que tudo se dá de forma clássica, como vc adjetivou, ñ é? Pra quem tenta falar alguma coisa, já é uma mão na roda, porque pode-se ver como uma criança assimilando as primeiras palavras. Só achei loufoque o fato de aulas de conversação geralmente misturar quem sabe com quem não tá nem aí... Porque, nesses casos, vc TEM de ser o docente no meio daqueles coitados, enquanto o SEU Français, bye.

Mais uma vez, vc tem razão: não se vai à escola de línguas para ser docente: primeiro vc ocupa a cadeira de sedento e curioso étudiant, para, só depois TENTAR ajudar a “pôr a máscara de oxgnio”. Minha maior dúvida era saber se eles ficavam presos no texto-base, mas já é bom saber que pelo menos o curso não oferecido pelo MICC explora outros gêneros textuais, como nouvelles e outras coisas que não estejam exclusivamente fixados nos exercícios gramaticais.

Quanto à busca por aperfeiçoamento, claro, concordo que ela deve ser pessoal, afinal, realmente, só sendo chato e se metendo e levando na cara meeeesmo é que se percebe o Français dans les rues, pas le Français des grammaires, mas le Français vif. Aí se diferencia aquele q quer porque precisa adotar a língua daquele que junta seu francês meia-boca com seu inglês decorado na primeira viagem à Disney para empinar o nariz com um franco-inglês parco. Sabe aquele papo “vivendo e aprendendo”?, c’est ça.

Só fazendo uma rápida ponte com seu post mais recente, tbm estou com vc: ñ é legal forçar a fluência para dentro de si – deixe-se fluir na língua q já existe há mil anos luz antes de vc. Quem força a fluência pede para o rio parar (rio = Français) para acomodar seu barco (barco = ele, o francófono); agora, quem ñ põe a língua como fator vital à integração, vai tocando seu barco com a cara e a coragem nesse agradável e gelado rio canadense. Pedro e Guilia, mais do que ninguém, podem confirmar isso!, porque tiveram intenção comunicativa antes mesmo de correrem dizendo “Mamãe, como se diz ‘vamos brincar?’ para aqueles garotos empacotados?”...!

Mais uma vez, Mylène, agradeço a consideração por mim, um mero leitor desconhecido, mas um leitor fiel às suas linhas “cabeças”! Rsrsrsrs!

Bonne journée!
Mergulhão.

10:11 PM  

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