Monday, January 28, 2008

Beyond the mother tongue

Comentado os comentarios...Sandra: sorte a de vocês de ter tido uma boa experiência. Eu desejo de todo o meu coraçao que todos os professores da francisaçao em Québec sejam como a profe de vocês. Talvez eu tenha apenas tido ma sorte...mas te falo em pé frio, hein? Duas vezes e em dois colégios diferentes! Alias, a Dani também pegou um bananas como ela diz... pelo menos nao sou so eu...heheheeh Falando em Dani, ela tem mesmo toda a razao. Coisa irritante é mesmo imigrante preguiçoso, so piora se for presunçoso também...Sai de mim! Agora, quem acabou inspirando este post foi a Camila. É que ela me lembrou de comentar alguma coisa que sempre penso, mas nunca lembro de escrever.
É bem verdade que a 'fluência' na lingua (no caso francês) é importante para integraçao. Ninguém nega. Mas também...nao é tttuuudddoooo iiissoooo! Explico-me. Uma professora la da universidade esta fazendo uma pesquisa sobre os acomodements raisonables e uma das minhas amigas trabalhou com ela. Pois ai, a gente falando sobre imigraçao, linguas e tal, a minha amiga me conta sobre uma pesquisa que ela leu em funçao deste trabalho. Os caras estavam verificando os principais fatores que contribuiam para a boa integraçao dos imigrantes. Nao me perguntem detalhes por que eu nao li o tal paper. Mas o que ela comentou foi que a lingua...pasmem...nao é o principal. Ai o pessoal em volta riu e disse que eu era o melhor exemplo disso. É que quando comecei meu doutorado eu compreendia muito bem francês e era capaz de me fazer entender sem problemas, mas a fluência...nem cheiro. Alias, essa historia de se fazer entender é meio fraun. Quando eu perguntei pra uma monitora da francisaçao qual era o bendito objetivo deles la, ela me respondeu que o principal era que os imigrantes 'se fizessem entender'. Bem modesto este objetivo, ja que até com sinais de fumaça a gente é capaz de se comunicar...mais bon. Mas voltando ao assunto, eu era bem meia-boca (ainda sou, mas era mais). Mesmo assim, nunca tive grandes problemas de integraçao. Entao o pessoal achou que a tal pesquisa tinha tudo a ver.
Pra quem sua neste bendito francês que nem eu, ouvir isso é bem estranho. A gente pensa que, se soubesse melhor a lingua, estaria mais safo ainda. O que pode até ser verdade. Mas pensando bem, as conclusoes dos caras tem algum sentido. É obvio que ter um nivel meia-boca da lingua é hiper-necessario, mas nao é tudo. Se fosse, era so jurar que todos os marroquinos, libaneses e outros paises onde eles estudam francês desde pequeninhos, iam se adaptar muito facilmente aqui, o que nao é vedade de jeito nenhum. Sim, tem muitos que se adaptam, mas tem outros que nao. O que prova que ha algo além da lingua que influe ai na historia. De novo...nao li o paper...nao sei que outros fatores eles listavam, mas posso presumir da minha cabeça (ja que esse aqui é o meu blog e...diferente de meus trabalhos de todo o dia, eu posso dizer so o que EU penso...oh, liberdade!).
Pro meu gosto, esse lance de integraçao tem muito mais a ver com uma postura subjetiva do 'ser'. Os imigrantes mais bem integrados que eu conheço (nao tô contando as gurias casadas com québecois, que ja saem muito na frente no quesito integraçao), têm uma coisa em comum: boa vontade. Parece muito simples, mas pra mim é isso. Boa vontade. Boa vontade de tentar, errar, quebrar a cara, rir um pouco de si mesmo e tocar o barco. Gente que nao se leva tttaaaooo a sério, que ta mais afim é de viver o que for e fazer o que der. Gente que nao ta esperando resultados pra amanha e nao acha que, so porque veio de outro pais, todas as portas têm que se abrir automaticamente pra sua majestade - ele. Se os québecois sao frios ou quentes, eu nao sei. Pra mim sao como as pessoas de qualquer outro lugar do mundo: tem os nota 1000 e tem os podres. Escolhe teu lado. Entao, é so pra dizer pra Camila que, d'après moi, quanto mais a gente sabe a lingua, melhor. Mas sempre lembrando que isso NAO é tudo, e ... (vou mais longe e me arrisco...) TALVEZ nao seja nem o principal. E so pra acabar, quanto eu penso em integraçao por aqui, sempre lembro daquela musica do Cazuza que diz:
' a solidao é pretensao de quem fica escondido fazendo fita'.

Saturday, January 26, 2008

Desabafo tardio

Semana passada comecei um post pra responder algumas questoes que recebi nos ultimos...3 ou 4 meses... Pouco atrasada, né? Comecei a responder o mais organizadamente que podia, até que a Cris (minha amiga do coeur) me chamou no MSN. Ai eu fiquei falando com ela e tentando escrever ao mesmo tempo. Nao deu, obvio, e ainda por cima apaguei sei la como, tudo que e tinha escrito. Baita anta! Bom, recomeço hoje, mas so vai dar tempo pra responder pro Rodrigo Mergulhao, que me pediu pra falar da metodologia de ensino na francisaçao.
Em primeiro lugar quero lhe agradecer por me considerar uma pessoa 'cabeça' (tomei como elogoi, viu?heheheh). Embora nao acho que eu seja (de jeito nenhum...hhhiiii) foi muito querido, valeu. Como o Rodrigo disse estar lendo os outros posts, nao tive muita certeza do quanto eu teria ou nao escrito exaustivamente sobre a minha experiência de francisaçao. O caso é que agora, o Rodrigo alertou os gansos, atiçou as lombrigas, e me deu comichao de escrever (talvez de novo) sobre o bendito curso de francês que o MICC oferece. Talvez, eu nao responda a pergunta dele muito bem, mas...vamos ver.
1) Pro meu gosto esse curso nada mais é do que um 'teste de resistência' pro recém-chegado. Se tu conseguir fazer todo o curso sem bater em ninguém, sem desenvolver sintomas depressivos profundos e...sobretudo, sem te suicidar...tu ta pronto pra vida de imigrante. Exageros a parte, até agora nao entendi a moral. Pelo que sei os professores sao super bem pagos, tem uma fila enorme de gente querendo dar aula pro ministério, as instalaçoes em geral sao otimas (as nossas aqui no Colégio Montmorency sao super legais), enfim...nao entendo por que tem que ser TAO ruim. Claro...claro... essa é a minha humilde opiniao de pessoa exigente e mala. Na blogosfera ta cheio de gente que teve mais sorte que eu e diz que ficou em grupos maravilhosos, que adorou, etc e tal. Sei la. Talvez nos blogs destas pessoas o Rodrigo possa achar uma resposta mais objetiva e clara pra pergunta dele. Aqui...provavelmente ele vai ler muito mais um desabafo com a esperança que alguém em contato ministério da imigraçao leia e leve adiante (doce ilusao...hehehehe). Preciso apenas dizer que so fiz dois niveis da francisaçao: o ultimo do oral (nivel 3) e o escrito.
2) A metodologia é classica pra cursos de lingua... Aulas de gramatica com uma apostila até que boazinha, alguns exercicios...normal. Aulas de conversaçao, patéticas. Explico: na mesma turma de nivel 3 tem gente capaz de conversar meia-boca (tipo se fazer entender) e gente incapaz de ler uma frase no livro. Nao é brincadeira. Na hora da conversaçao os profes queridos misturam quem sabe um pouco mais com quem nao sabe p..nenhuma. É 'otimo'! Entendo que se eles colocarem so quem nao sabe juntos , nao vai sair absolutamente nada...mas da um tempo! Sabe aquela coisa do aviao: deixa eu colocar a minha mascara de oxigênio primeiro pra depois te ajudar a colocar a tua? Pois é...eles nunca devem ter ouvido isso. Acho a solidariedade uma beleza, mas quando a gente ta podendo ser solidario. Quando tu mesmo precisa exercitar teu francês (questao de sobrevivência), precisa aprender, ta te esguelando de estudar e tal...ter que ficar aguentando imigrante deprimido, preguiçoso, gente que nao faz nenhum esforço e so ta la por causa da bolsinha mirrada que eles dao...É DEMAIS PRO SACO DO CIDADAO!!!! Deu pra ver que mesmo falar nisso me irrita? heheheheh Claro que nao sao todas as pessoas que têm dificuldade que sao preguiçosas e mal intencionadas...de jeito nehum. mas tem uma parte que é sim. E que ficam la, sessao apos sessao, sem melhorar em nada a merda do francês deles e ainda fazendo os outros que tem mais objetivos e planos, perder seu precisoso tempo. Mas ufff! Voltando a metodologia. Eles tentam fazer a gente entender um pouquinho da historia do QC, fazemos algumas visitinhas (geralmente a cabane a sucre), e sobretudo parecem preocupados que a gente entenda a forma de falar dos québécois. Isso deve ser por causa das pessoas que acham muito dificil o sotaque quebecois, as girias e tal. Mas sinceramente, pra mim, o unico jeito de se adaptar é ouvindo o mais frequentemente possivel o francês deles. Va ouvir TV, radio, falar com as pessoas, pergunte...te mete. Até é um pouquinho util, a forma como eles exlicam no curso, mas é quase nada. O que me irrita mais é aquela classe de imigrante que mal estudou sua lingua materna, tem um nivelzinho basico 3 ou 4 quando chega aqui e sai por ai falando que 'nao entende o francês dos québécois', que 'como é feio' e tal. Ah, so um pouquinho! O que tu nao entende, querido, é a lingua francesa ponto. Para de ficar colocando a culpa nos québécois e te liga pra entender. Quando eu vou pro serao do nordeste, onde minha mae nasceu, as vezes também tenho dificuldade de entender o português deles, e nem por isso saio por ai dizendo que 'aquilo nao é português'. Se o português pode ter mil caras, por que nao o francês? Bom...mas continuando na meto (ta dificir...heheh). A parte que eu mais odiei (e que teve nos dois cursos que eu fiz) foi a tal de preparaçao para o emprego. É uma real piada, e o pior é que ocupou a maior parte das atividades extra-gramatica dos cursos. Como fazer seu CV, o que escrever na sua carta de apresentaçao, como se comportar numa entrevista...arhg! Nada contra e tenho que admitir que possa ser até bem util pra algumas pessoas. O que eu acho o fim da picada é que isso aconteça no curso de fran-ci-sa-çao!!! Existem um monte de escritorios financiados pelo governo pra ajudar os importados a procurar emprego depois. Tem um monte de sites que dizem como fazer um CV ou uma carta. As criaturas estao ali pra aprender FRANCES, que por meu gosto tem muito mais a ver com exercicios interessantes, correçao da pronunciaçao, leituras, vocabulario e tal. É patético (hoje eu tô usando muito este termo) ver aquelas pessoas que mal sao capazes de comprar um café na lancheria, tentando se preparar pra uma entrevista de emprego.
3) Os professores que tive sao outra pérola.... Quando chegamos fizemos um cursinho num centro comunitario, nao era o oferecido pelo MICC. A professora, Sylvie, era uma québécoise barbara, hiper-aberta, divertida. As aulas eram mais ou menos a mesma coisa, com a diferença que a gente falava muito mais, lia muito mais. Ela pegava aqueles jornaizinhos gratis do metro e fazia a gente ler e discutir as nouvelles. Nada de complicado. Um jornal, uma sala simples e uma professora. Tudo de bom! Aprendi demais com ela. Agora os profes que eu tive no MICC...franchement! Primeiro um cara que era tao monotono, tao monotono, que nao dormir ja era o grande desafio. Além disso era mala. Além disso era incompetente, no fim eu nao acreditava em mais nada que ele dizia. Na verdade, nao acreditei mais depois que ele declarou solenemente que a palavra 'legume' em francês é um substantivo feminino. Voyons donc! Ah...ele era imigrante também...e daqueles bem desenchavidos que nao estava trabalhando no que mais queria e tipo...achava que o QC nao reconhecia suas 'qualidades e talentos'. Bom...em todo caso...eu também nao. A professora do francês escrito era melhorzinha. também imigrante so que chegou aqui muito criança, mas mesmo assim mantinha aquela coisinha 'ninguém me ama, ninguém me quer'. O grupo também era um pouco melhor, pelo menos a gente podia conversar em francês. Agora, pra mim ela acabou quando perguntou como era a relaçao que a gente tinha com os québécois. Eu falei que até aquele momento era boa (fazia 4 meses que eu tava aqui), que eles eram gentis e tal. Ai ela concordou mas disse que a gente nao fizesse ilusoes, por que os quebecois nunca iam nos convidar pra jantar na casa deles. WHAT??? Pois ela falou. Falou isso pra um grupo de imigrantes, na maior parte recem-chegados. Tem sentido? Depois ficou falando que eles tem preconceito e mais essa, mais aquela. Eu que nao me encaixo no perfil cucaratcho arrependido, quase me esganei.
Finalmente, o que eu quero dizer é que nao sou contra a francisao oferta pelo governo. De jeito nenhum. Atualmente tem um grande debate acontecendo sobre o francês no QC, ja que algumas pessoas dizem que ele esta desaparecendo. Isso foi um resultado de uma pesquisa que eles fizeram em Montréal onde descobriram que pra achar emprego no centre-ville basta saber inglês. Claro que os azuis pularam de suas cadeiras e com razao. Agora os partidos politicos estao debatendo sobre o que deve ser feito para reverter essa situaçao. Pro meu gosto, o formato da francisaçao nao é tanto o problema. O problema é que quem coloca em pratica nao é bem selecionado, muito menos acompanhado, muito menos treinado, e como a gente sabe o professor é um elemento essencial para a aprendizagem. É brabo aprender a gostar de francês com um professor desmotivado ou infeliz. É brabo! Os professores que eu tive no MICC nao estavam muito ai pro progresso dos alunos. Isso eu acho triste. Claro que nao é a unica razao do aparente 'desaparecimento' do francês. Mas talvez conte. Pensa bem. A criatura passa quase um ano (pra quem faz desde o inicio) aprendendo uma lingua e nao aprende. A criatura se vira meia-boca em inglês indigena. O que tu acha que ela vai fazer na vida real? Obvio que vai se virar em ingês forever. O que é uma pena por que, no meu ponto de vista, nao falar francês aqui restringe bastante a tua vida pessoal e social. Mas isso é outro post. Minha magoa maior é ver o meu pais, os impostos deste povo, sendo usados pra financiar um programa que tem tudo pra ser o maximo e que nao é, por puro erro de logistica e competência de quem mete em pratica. Falei.

Monday, January 21, 2008

Céline

Nao tenho nenhum problema em reconhecer que eu sou uma mala. Porém, uma qualidade pelo menos eu acho que tenho: reconheço quando me enganei. Pois ontem fui obrigada a me olhar no espelho e dizer: tu étais dans les papates! Neste caso as minhas conclusoes erradas tinham tido como alvo o xodo do Québec: Céline Dion. Nao vou entrar no mérito das estatisticas de quantos porcento dos québécois gostam ou nao dela. Estou me baseando no fato que que a fofa construiu um teatro pro show dela em Las vVgas, show este alias que custou a bagatela de 300 milhoes de dolares. So um pouquinho: detestada é que essa mulher nao é. Além disso ela ta o tempo todo na midia, nem um dia se passa sem que a gente nao ouça falar nela na tevê ou no radio. Eu que, até a minha chegada ao Québec o maximo que sabia é que ela cantava a musica do Titanic, depois que estou aqui foi impossivel nao estar um pouco mais por dentro de sua vida, de quem era, da infancia dificil e tal. Mas até ai... sei la...nao me emocionou muito. Essas historias de vidas dificeis a gente ta de saco cheio de conhecer, com tanto jogador de futebol que de favelado passou a playboy no Brasil...e ca entre nos...na maioria das vezes sao historinhas um pouco romanceadas.
Ai acabei vendo algumas performances da moça. Sinceridade? Achei bem pouco emocionantes. Acho ela mais do quem sem graça em cena, apesar da voz maravilhosa, e quando ela quer dar uma de sexy entao....aiaiai...é tao atraente quanto um prato de alface (sem tempero). Arghs! Realmente, nunca achei nada demais. Nunca me disse nada.
Mas dai que ontem, chegando em casa depois de um almoço daqueles que tu fica ruminando que nem um camelo sentado na poltrona, nao tinha nada que prestasse na televisao. Abaixo de protestos da parte de meu amado conjugue, nao quis nem saber, deixei no documentario que tava dando sobre os shows da Céline em Las Vegas. O guri la, reclamando, reclamando e eu nem tchuns. Segurei o controle firme, ja que meu processo de ruminaçao tava me deixando sem forças até pra argumentar ou mandar ele catar coquinho ailleurs. E eis que...tal documentario me fez ver Céline de uma forma completamente diferente. Ainda acho sua voz maravilhosa e suas performances agua com açucar, mas ali e descobri o porquê de tanto sucesso pra essa criatura. Entendi que o que mantém tantos anos de uma carreira de sucessos, numa época de tanta gente descartavel, é a relaçao que ela consegue manter com os fas. Me abri pra criatura! A forma como ela trata CADA fa é absolutamente incrivel. Algumas pessoas eram selecionadas pra falar com ela antes dos shows e eles filmaram uma destas ocasioes. Dai eu vi que ela é muito mais do que publicidade dela mesma. Desculpe ai, mas o olhar nao engana. Caramba tchê, a mulher tratava cada uma daquelas (acho que quase cem) pessoas como se fosse o unico fa dela no mundo todo. Ela parava, sorria, olhava no olho da pessoa, ouvia o que tinha a dizer, perguntava, se interessava, batia papo mesmo com o tempo corrido pra dar atençao a todo mundo. Ao total, acho que a tal sessao nao deve de jeito nenhum ter demorado mais de uma hora, mas os segundos que ela passou com cada pessoa, tenho certeza, foram inesqueciveis pros fas. Cada um se sentiu unico e ai...Céline Dion me ganhou. Poucas vezes vi uma artista tao franca, tao sincera com seus fas, tao verdadeira. Invejei a capacidade que ela tem de fazer as pessoas se sentirem unicas no mundo por alguns segundos. Cada um sentia que aquela grande estrela que eles veneravam, podia muito bem sentar com eles no salao pra comer pipoca no sabado a noite. Que simplicidade passa essa mulher. Muito ao contrario das minhas idéias de que ela fazia o estilinho boazinha Polyanna (blraghs!), eu descobri uma mulher cheia de senso de humor, capaz de rir dela mesma, palhaça, atrapalhada e ao mesmo tempo hiper disciplinada e com uma baita confiança no trabalho e no esforço.Uma confiança que nao tem tanto a ver com o talento em si, mas com a capacidade de se entregar, de ser disciplinada. Uma coisa que me marcou, foi que ela disse assim (se referindo ao projeto de Las Vegas): 'S'il y a quelqu'un que puisse le faire, c'est moi. Parce que s'il y a une fille disciplinée en ville, c'est ben moi.' Achei isso super porque sai daquela lenga lenga : 'sou bela, sou forte, sou inteligente'. Passa pra: sou capaz de dar tudo de mim, de suar, de investir forte, de me entregar.
Enfim...curti ela como pessoa. Ainda nao pagaria pra ir num show dela, mas se ganhasse ingresso...agora até iria. O mais legal foi descobrir a razao que faz com que ela seja tao amada: ela mesma. E se ha uma coisa que me faz admirar uma mulher é a capacidade e a coragem de ser ela mesma (ca entre nos, coisa bastante dificil). Tudo bem que tem um monte de marketing e imagem em cima disso, mas o olhar e a atençao que ela da a cada fa...desculpe ai...nao sao fakes de jeito nenhum. Nao posso dizer que sou fa dela, mas aprendi a admirar a cocotte preferida do Québec.

Thursday, January 17, 2008

It's pumping!

Credo, que vergonha! Quanto tempo que eu nao dou as caras aqui. Ainda bem que estaço virtual nao cria poeira, teias de aranha, baratas. Ainda bem! Em primeiro lugar queria me desculpar com todas as pessoas que eu nao respondi nestes ultimos tempos. Calma, amigos, calma! Eu quero responder mas a coisa aqui ta uma lou-cura! It's really pumping! (Como diriam os véios surfistas). Nem sei por onde começar.
Nossa semaninha de férias de Natal foram maravilhosas. Ficamos o tempo todo os quatro mosqueteiros grudados, foi uma delicia! So nao foi mais por que, na real, eu nao me dei muito férias. Tinha varias coisas pra adiantar durante esse periodo, fait que... de vez em quando tinha que me acordar as cinco da manha pra trabalhar umas 3 horas antes que o povo saisse de cama e me chamasse pros crepes matinais. Mas deu pra descansar e se divertir. Estou orgulhosa de mim mesma por que venci muitos medinhos, o principal sendo o de colocar um esqui no pé e sair pra montanha. Sim, por que esqui de fond eu simplesmente a-mei! Claro que fiz meus pequenos showzinhos caindo de cara na neve e nao conseguindo desvirar os esquis pra levantar. Mas coisa pouca, se comparado ao meu grande show no esqui alpin. Ai, ai. Espero que eu nao esteja rolando no youtube, mas se estiver nao tem importancia por que eu tive o cuidado de ir pra pista da escolinha absolutamente irreconhecivel....hihihi uffa! Posso dizer que diverti a galera que tava la. Nunca uma pista de escolinha de esqui teve tanta emoçao. Fazia muito tempo que eu nao dava tanta gargalhada. Ainda bem que tive a sorte de conhecer o Stan, um senhor que ensina esqui ha mais de 40 anos (e que provavelmente nunca teve uma aluna tao podre como eu). Apesar de meu talento bem lastimavel, ele conseguiu me ensinar a trocar o peso e, quando a minha hora de aula terminou, eu ja conseguia descer a lombinha ridicula da escolinha sem (muito) medo, até pode-se dizer que "esquiando". Fiquei feliz da vida! Depois da aula fiz uma hora de treino sozinha (o pior é subir no tal tapete magico pra la de lerdo, com aqueles esquis enormes) passei pra lombinha da escolinha nivel "retartado 2", um pouquinho mais inclinadinha. Duas horas depois me mandei pra montanha com o Michael. Ai sim! Nao sei se posso dizer que esquiei na montanha (ou se rolei de cima à baixo), mas fiz duas vezes a pista chamada "Vagabond", e...ainda mais emocionante...peguei duas vezes o lift hihihi(aquelas cadeirinhas, mae! Tu acredita? Eu saindo esquiando daquelas cadeirinhas balançantes?). Voltei contente! Finalmente pude compreender e participar de todas as conversas sobre esqui do pessoal aqui no bureau. Claro que, na primeira vez eles so se mataram de rir das "aventuras de uma cucaratcha na pista de esqui", mas tudo bem. Por outro lado, meus filhos sao o maximo. Com uma hora de curso o professor os levou para as montanhas e de repente o Pedro passa voando montanha abaixo na pista que acaba do lado da escolinha. A Giu também vai hiper bem, mas é mais cautelosa. A unica abobada sou eu mesmo, fazer o quê?
Fora isso a vida vai. Esse ano comecei com a pilha toda, completamente renovada e cheia (cheia mesmo) de esperanças. No reveillon vesti vermelho, pulei na neve (7 vezes, claro), coloquei a bunda pra lua (com alguma dificuldade ja que era lua nova, mas enfim...botei a bunda pras estrelas), comi lentilha, tomei champagne, cantei, sambei. Adoro ano novo! É tempo de renovaçao, de rever metas, objetivos...tempo de olhar pra frente e erguer a cabeça. O que passou, passou. Que venha o novo (por mais assustador que possa ser)!
Tenho muitos planos pra 2008, que seja dito en passant é o ano de Iansa no candomblé (por isso é que disseram pra todo mundo vestir vermelho...no Brasil, né? Aqui ninguém ta muito ai pra isso). Na verdade nunca fui numa sessao de candomblé, mas alguém muito entendido no assunto me falou que eu sou filha de Iansa, que é Santa Barbara pros catolicos. Achei interessante por que a minha amiga Cris disse que pra ela falaram a mesma coisa, e como nos somos hiper parecidas, achei que podia ter a ver. Pois ai, dando uma de quem nao tem nada pra fazer, resolvi procurar alguma coisa sobre as tais caracteristicas dos filhos desta que é considerada a 'senhora dos ventos e tempestades'. Olha o que eu achei:
"Iansã é uma Deusa ligada à manifestação do feminino na fase crescente, trazendo em si a qualidade do movimento. Une passado com o futuro, o lado sombrio da Lua com o lado iluminado, que anuncia um novo começo. Iansã está ligada com o número 9, que é o movimento puro.
As filhas de Iansã são mulheres audaciosas, poderosas, autoritárias e dinâmicas. Estão sempre procurando algo para se ocupar, são cheias de iniciativa e determinação. São mulheres que nunca passam despercebidas, pois são combativas, teimosas e temperamentais, mas também podem ser doces e meigas, quando possuem interesse em seduzir algum homem.
A mulher-Iansã é o tipo de mulher que está mais voltada para o amor sensual do que para o amor maternal. Ama os filhos, mas consegue maior expressão quando se sente admirada e desejada por um homem, o que geralmente provoca o ciúme e a inveja das outras mulheres.
É também uma mulher que está ligada ao passado, ao coletivo, pela origem comum da necessidade fertilizadora do feminino e está ligada ao futuro pela necessidade de diferenciação, que a tirará do coletivo e a jogará sempre para frente, para o novo. É inconformada e inquieta, está voltada para o impulso de empreender coisas, de realizar seu poder criativo. A atualização dessa força criadora dependerá da forma como ela direcionar esta energia, que muitas vezes pode ser desviada para outros fins, ou ser esvaziada.
O perigo é permitir que as barreiras sociais a entravem, desviando a energia criativa para a neurose.E, a neurose é parada de movimento. Todo aquele que se recusa a viver o futuro, apegando-se ao passado, estagna.
A mulher que sente impulso para criar, para dar significado ao seu mundo, precisa ser fiel aos seus conteúdos internos, à Deusa dentro de si. O ato criativo é o processo de se arriscar, de se jogar no desconhecido, de mergulho nas fontes fertilizadoras, da viagem interna em busca da essência das coisas. O desejo de criar move o contato com o informe pela necessidade de dar forma, de arrancar da terra coisas vitais para alimentar a consciência."
In: http://www.rosanevolpatto.trd.br/deusaiansa.htm
Sei la...mas nunca tinha lido descriçoes tao precisas da mim mesma. Vi em outros sites também e o papo é mais ou menos o mesmo. Ou seja...sei la. De todo jeito gostei. Gosto desta coisa de santos e tal, curto isso. Enfim...por uma razao ou por outra...tô com todo o gas. Alias, ainda bem por que esse ano vou precisar. É um ano decisivo pro doutorado onde a gente traça tudo e começa a mandar bala. E mandar bala significa muitas horas em funçao de comitês de ética, apresentaçoes de projeto, reunioes, entrevistas, observaçoes e por ai vai. Claro que tudo fica mais facil por que eu adoro isso e o maior problema é conter a ansiedade e achar espaço pra tudo na vida. Mas isso eu tô aprendendo. Tô curtindo a neve, sair pro ar puro (mesmo a menos 20). Tô curtindo meu sofa, minha casinha, meus troços. Sem falar nas crias e no chum, que nao se deixam esquecer por um minuto hihihi ( de qualquer forma eles nao sao 'esqueciveis').
É isso, espero que todo mundo esteja com todo gas também e desejo tudo de maravilhoso pra vocês que acompanham a nossa saga.