Tuesday, May 30, 2006

Lá vem o sol!!!!!





Parc Jean Drapeau







Tive que roubar essa foto de algum lugar no mundo google, só pra mostrar pra voces o parque que nós fomos sábado. Esse parque fica em Longueil, no sul de Montreal, ou seja no lado oposto da gente, mas é muito fácil chegar, basta pegar o metro e a gente já desce dentro do paque! Amamos de paixão! O dia estava, simplesmente, maravilhoso! Eu diria com uma temperatura, presque, tropical. Mas é engraçado, a vegetação é diferente e, nesta época, os parques parecem aquelas florestas desenhadas nos livrinhos de contos de fadas da nossa infancia, tipo Bela Adormecida, Branca de Neve... Quando eu era criança, sempre imaginava as florestas exatamente como são os parques daqui. É tão lindo que nem sei! Achamos vários castores gigantes (pro nosso gosto, claro!) e uns passarinhos muito loucos, pretões e com a asa vermelho-vinho! Uma hora o Pedro achou um recanto com um lago, uma ponte, pedras pra sentar... coisa mais romantica. Meu filho, que é um homem muito sensível, olhou pro Rudi e disse assim: "Pai, quando eu estiver com muita raiva, tu me traz aqui?". E ficou lá, sentadinho na pedra, olhando pro lago, como se fosse um artista procurando inspiração para a próxima obra ... Depois continuamos a andar pelo parque lindo, fizemos pic-nic e tal e lá pelas tantas, o Pedro olha pra mim e fala assim: "Eu sou o menino mais feliz do mundo mãe! Eu amo a minha vida e essa família!". Quase chorei, mas disse pra ele que ouvir aquilo era o maior presente do mundo que ele poderia me dar. Nada tem maior valor na minha vida, do que ver os dois bem e felizes. Bom, depois desta alegria toda ainda fomos comer feijoada (de noite, mãe!!!) na casa da Helo e do Andre. Lá estavam também o outro Andre o nosso amigão Hamilton, que é o brasileiro mais conhecedor de gente em todo o Quebec (acreditem, é sério!). Apesar da distancia essa turma se vira pra nos pegar, nos levar, nos carregam pra lá e pra cá. Nunca temos como agradecer toda essa gentileza que sabemos ser do fundo do coração, já que estas pessoas não esperam nada em troca e fazem pelo prazer de fazer amigos e de estar com a gente. O que esperar desses cucaratchos pé-rapados tipo nós? hehehe Mas também tenho um prazer imenso em te-los aqui em casa e me mando pro super pra ter muita coisa gostosa quando eles chegam para alegrar ainda mais o nosso "canto-casa-acampamento". Domingão ficamos por aqui, mas antes fomos comprar uma barraca e alguns acessórios para camping. Sim, resolvemos mergulhar de cabeça na experiencia quebecoise (eles adoram isso!).Achamos uma promoção de barracas e compramos o básico para a primeira saída, como diria a pesquisadora aqui: projeto-piloto! Foi uma animação só, já que armamos a bendita aqui nos fundos para ver se não inha nenhum defeito. Como a apto é térreo, temos a impressão de estar em uma casinha as vezes. Então colocamos um reggae bem bom, fizemos um chima, colocamos uma carne no fogo (na falta de churrasco, vai no forno mesmo) e ficamos descansando e curtindo nosso canto. É engraçado, na verdade é muito louco, por que ainda estamos acampados aqui - quase todos os poucos móveis que temos, nós ganhamos de alguém - e mesmo assim compramos uma barraca pra passear. Quem nos conhece bem, sabe que esse tipo de loucura é bem a nossa cara. Na real, acho que nós até "pioramos"desde que viemos pra cá, por que nessa história de chegar sem nada, tu acabas descobrindo que a gente não precisa de muitas "coisas" pra viver na boa. Nunca entendi esse lance de ter sofás que ninguém se senta em uma casa. Eles estão lá só pra bonito? Nunca dei muita bola pra isso, embora admire minha sogra decoradora que faz uns ambientes muito legais. Mas ter uma casa lindona é... digamos... nossa prioridade número 1002. Temos muitas coisas pra fazer antes de sonhar com isso. Não sentimos falta de nada, só de uma máquina de fotografia digital... Mas essa nós devemos comprar logo mais!Ah, e contei pra voces das "ventes de trotoir" onde o pessoal coloca as tralhas pra rua e passa tudo nos cobres pra quem quiser. Nessa já comprei um microondas novinho por 25,oo e uma torradeira por 5 dólares (e a gente ama colocar baguel nela). Tenho ainda outras novidades, mas "não sei por que"acho que esse post também ficou gigante! Quando vou decidir resumir as coisas? Difícil resumir essas vivencias tão mágicas, né? Beijão pra todo o mundo e boa semana!

Wednesday, May 24, 2006

Repostas aos comentários

Oi gente! Tentei responder aos comentários do último post no lugar adequado, mas foi ficando imenso e tive que colocar aqui. Até que é bom, por que inclui algumas respostas a outras pessoas também. tentei evitar de dar "nua e crua"minha opinião sobre isso, embora tenha lido idiotices de todo o tipo na internet, mas já que voces pediram e aqui é "chez moi", lá vai. Primeiramente, Sam, obrigada pela presença amiga.Leslie, as coisas não são "um paraíso"e nem "um horror" como dizem. Repito sempre: DEPENDE MUITO DE CADA UM!!!! Depende da humildade (bem isso!) e da abertura de cada um para novas experiencias. Esses dias alguém me perguntou se nós pegávamos "esses empregos para imigrantes de que o Roch fala". Essa pessoa queria se referir aos chamados "survivals jobs" ou empregos de mao-de-obra "braçal", que vejos todos tratarem com desdém na internet.Resposta: sim, pegamos este tipo de trabalho por que não temos papai rico (que pena!), nem milhoes de dólares no banco (que pena mais ainda!), para ficar aqui esperando um trabalho a altura do que nos consideramos capazes, sem sermos perfeitamente fluentes na língua, nos primeiros 6 meses. Sabíamos desde sempre que isso ia acontecer no primeiro ano e, surpresa, as coisas estão andando mais rápido que pensávamos na direção que queríamos!Mas não encucamos nenhum um pouco de fazer ne importe quel tipo de trabalho, para não "fazer água no barco".Esse é o nosso posicionamento e sempre foi. Não sei se é o mais correto, mas não queremos gastar todo o nosso dinheiro (em reais convertidos!) a espera do trabalho dos sonhos. Il faut commencer!É claro que nunca perdendo de vista o ideal. O problema que vejo é esse, as pessoas pegam os survivals, vivem financeiramente melhor do que viviam no Brasil e se esquecem da vida!Depois de um tempo ficam frustradas e não sabem o que fazer. Se sentem infelizes por terem suas capacidades subestimadas, ou por terem elas mesmas se subestimado. É preciso ter cuidado com isso.Eu e o Rudi não nos sentimos menos "capazes profissionalmente" se, em nosso primeiro ano em um país diferente, decidimos fazer, as vezes, trabalhos que nunca haviamos feito em nosso pais. Ao contrário, a gente se diverte, conhece gente, cansa bastante, mas treina a língua, começa a fazer parte do mundo daqui! Por isso, talvez meus posts possam parecer excessivamente otimistas para alguns, mas é assim que nós estamos vivendo. Não viemos iludidos e não nos deixamos iludir. Viver é fazer escolhas e escolher é perder alguma coisa! Sempre! Por algum tempo, talvez, mas sempre é perder algo. Na nossa balança, o que estamos ganhando pesa muito mais do que o fato de não estarmos, agora, exercendo as profissões para as quais estudamos, que amamos e para as quais somos,"modestamente", imensamente qualificados! hehehe É tudo uma questão de tempo. Agora, as pessoas que eu vejo quebrando a cara feio aqui, são aquelas que chegam "de salto alto", escolhendo isso e aquilo e sem cacife ($$$) para tanto. Tenho alguns colegas assim no frances e lhes garanto, essa galera sofre! Ou seja, quem vem com emprego garantido, beleza! Quem não vem, deve estar preparado, ou ter uma boa grana (que não faz mal a ninguém...). Essa história que aqui existe profissões em demanda, desculpe-me se alguém do Ministério está lendo, eu acho uma balela! Se houvesse profissões em demanda, não haveriam desempregados qualificados procurando emprego na tal área. Ou me engano? Se houvessem realmente profissões em demanda, as ordens profissionais não demorariam cerca de um ano para emitir permis de travail. Outra vez: essa é só minha opinião. Trabalho é uma das coisas que nós viemos buscar aqui, não a única. Educação, qualidade de vida, cultura e segurança são algumas das outras coisas importantes para nós. Então é preciso pensar bem. Escolher o melhor caminho pra cada um. Não acho que as palestras iludam, acho que as pessoas decidem "filtrar"as informações e ouvir só o que lhes favorece. Enfim, estamos bem por que encontramos o que pensávamos encontrar neste ano e por que temos a nossa auto-estima em um nível suficientemente elevado para não deixar " a peteca cair" . Uma sugestão de sites de emprego, o que eu acho o melhor o Emploi Quebec. To até me sentindo mais leve de ter desabafado! Obrigada por me darem esta oportunidade e pesquisem por voces, falem com seus conjuges, preparem-se bem. No fundo o que eu acho é que a gente pode passar essa vida reclamando se a gente quiser, não importa onde a gente esteja ou quanto dinheiro a gente tenha. Nós pensamos que o importante é tocar o barco, assumindo nossas escolhas e não procurando culpados para nossos problemas.

Tuesday, May 23, 2006

Tres meses

Já se foram 3 meses!Esse último passou mais rápido, bem mais!É engraçado, mas agora que a vida começa a tomar forma, as semanas voam... Comecei a me dar conta que já temos uma "vida"aqui, quando percebi que, se agora nossa rotina básica fosse quebrada por algum motivo, ela já ia me fazer falta. Já acostumei a acordar, fazer o lance e o almoço das crias, atende-los, ir pra aula de frances (a pé ou de bici) passando pelo meio do paque (embora seja um caminho mais longo), ler o "Metro"na escola, preparar a janta, estudar, estudar... ler, ler...planejar... Organizar coisas e descobrir caminhos ( e inventar algumas formas de ganhar uma graninha de vez em quando...hehe). As crianças se adaptaram maravilhosamente bem a escola. Conhecem os colegas, já são capazes de falar seus nomes (por incrivel que pareça, isso não é tão fácil assim), constroem frases em frances (usando verbos e tudo o mais!), cantam, reconhecem palavras quando estamos vendo televisão... Ou seja, estão se virando bem. O Pedro andou meio injuriado com a chuva. Não é pra menos: foram mais de 1o dias de chuva direto. Aconteceram até algumas enchentes na região de Monterégie. Queriamos ter feito um pic-nic na segunda, que foi feriado de "patriotas"( o que quer que signifique isso...), mas nem pensar... a chuva não deu trégua.Eles acabam se acostumando a aceitar as condições meteorológicas. Aliás, esta é uma neura aqui: meteorologia! Em qualquer canal de Tv que tu coloques, a qualquer hora do dia, tem alguém falando sobre o tempo nos próximos dois dias. Vai ver que é pra evitar decepções como esta do meu filhinho. Como eles quase sempre acertam a previsão, estamos também nos acostumando a acompanhar. Fora isso, eles se adaptam bem. No supermercado a vida está mais fácil, pelo menos no Provigo aqui perto. Já sei onde estão as coisas e entendo melhor os rótulos. Agora quero ir fazer compras em outros supermercados para descobrir novos produtos. Chegaram nossas carteirinhas da Assurance Maladie (ainda bem porque o nosso seguro viagem acabou hoje!). Em geral essas carteirinhas chegam depois do terceiro mes, mas as nossas chegaram há duas semanas. Outra coisa que chegou ( impressionante!), foram as cotas de ajuda financeira para as crianças. Sim, aqui a gente recebe dinheiro (cheque) pelo correio. Recebemos as quantias acumuladas de março a maio, e agora receberemos por mes, conforme o cálculo que eles fizeram tendo em vista nossos salários nos anos de 2004/05/06 no Brasil. Vamos receber uma ajuda do Québec e uma do Canadá. Com certeza não vai dar pra ficar rico (hehehe) mas pra quem nunca recebeu um pila do governo do seu pais sem trabalhar, isso chega a ser inacreditável! Quem nunca comeu melado, quando come se lambuza! Compramos um DVD da Guerra das Estrelas que as crianças queriam e uma garrafa de vinho pra comemorar! Ah! E compramos um saofá-cama, já que ainda não temos sala e meus pais devem vir nas férias. Devagarzinho vamos nos enturmando também. O pessoal da Radio CentreVille onde o Rudi trabalha é muito 10! Fomos a uma super festa brasileiríssima na casa do Sílvio e da Vania (outro casal brasileira-quebecois) graças ao Hamilton e a Heloisa, parceiros do Rudi no programa Sexta Brasil , da comunidade lusofonica. Como diz o nome, o programa é as sextas e depois sempre vamos tomar um café ou comer umas empanadas pela Saint Laurent. mesmo eu que não faço nada lá, aém de atrapalhar com a criançada, já não vejo a hora de chegarem as sextas. As crianças curtem muito, já que todo o mundo fala portugues. No dia das mães o Hamilton colocou os dois no ar para mandar uma mensagem pra mim. Coisa querida eles: "Maman, je t'aime beaucoup!". Daqui há umas semanas vai ter a feijoada beneficiente da rádio e é lógico que nós vamos. Pode parecer muito estranho, mas nossa vida social é muito mais animada aqui do que jamais foi no Brasil. Não sei por que, mas os brasileiros que temos encontrado ( a maioria...) são sempre muito afim de fazer novos amigos, de fazer festa, de bater papo e geralmente de dançar Ivete Sangalo e Chiclete com Banana! A grande maioria é muito aberta e não tem muito a ver essa história de gueto, já que todos nos apresentam seus amigos/ conjuges/etc que são quebecois. Então a misturança tá feita e todo mundo se entende em tudo o que é língua. Não sei se integração era pra ser bem isso, mas pra mim é. Assim, a conclusão final é que, após tres meses, já íamos ter muitas coisas, e muitas pessoas, para sentir saudade se fossemos embora. Mas por enquanto ainda vamos ficando por aqui, amando essa experiencia magnífica, aprendendo com os erros e desejando muita sorte pra quem fica por ai.

Friday, May 19, 2006

Metro

Faz tempo que quero escrever sobre o metro, mas vai ficando pra depois. Vou aproveitar que estou MUITO FELIZ e mandar bala neste assunto. Pois bem, desde que me entendo por gente a minha relação com metros é de amor e temor. O primeiro que visitei na vida foi o de Londres. Lembro que dava uma sensação de claustrofobia, mas eu adorava aqueles mapas simples e coloridos. Quando voltei a Europa, na lua-de-mel, comprei uma camiseta, que tenho até hoje, com o desenho das linhas do metro "Underground". A única cidade que morei que tem metro é Sampa, mas lá quase não andava por que sempre namorei o Rudi e me encostava nas caronas dele. Só quando íamos comer sushi na Liberdade, aí iamos de metro, já que estacionar lá é meio difícil. Agora ando de metro pra caramba e continuo curtindo e tendo medo. Pode parecer neurótico, mas não gosto dessa história de canadenses no Afeganistão. De vez em quando, lembro dos atentados em metro e dá um certo medo. Aí fico olhando pra cara das pessoas, brincando de "desvendar supostos homens-bomba", mas logo desisto por que tem tanta gente com a cara parecida com aquelas fotos de homens-bomba que aparecem nos jornais, que não vale a pena encanar. Até por que, pego o horário de pico nas estações que "bombam no rush": Berri-UQAM e Henri Bourassa. Ou seja, é fé em Deus e pé na tábua. Mas por outro lado, me divirto muitíssimo no metro e em suas estações. Bom, psicóloga que sou, não nego que adoro observar os outros, especialmente quando não estão percebendo... A variedade de tipos humanos aqui é algo impressionante. As pessoas caminham rápido, sempre! Uma das primeiras regras que aprendemos e ensinamos para as crianças foi: na escada rolante, caso queira ficar parado e tranquilo, fique na direita. Claro que tem uns boca-abertas que não percebem isso e é um saco quando estás prestes a perder o teu onibus. Mas quando tenho tempo, fico na direita e vou curtindo os lustres, as luzes, as cores ou ouvindo as músicas. Ah, sim! Isso mereceria um tópico a parte! As músicas no metro são o máximo, de lindas ou de bizarras. Aqui na HB (Hery Bourassa), já conhecemos quase todos os "artistas". Uma vez li no orkut que, em Toronto, tem uma audição para serem selecionados os músicos que terão permissão para cantar no metro. Não sei se é sério, mas achei muito engraçado! Aqui, organizam locais e horários. Foi a Natasha que me chamou atenção para isso. Em alguns locais das estações tem uma placa com o desenho de uma harpa e os horários em que é permitido ficar ali. Achei o "cúmulo"da normatização, mas funciona bem. Aqui na HB temos alguns personagens que já estão se tornando queridos e as crias logo que ouvem pedem moedas e vão correndo entregar, ao que eles sorriem e agradecem, quando estão com a boca desocupada. Tem um que fica bem na entrada da HB no terminus Laval. É um homem de meia idade que sempre usa um abrigo mostarda e nunca canta! Parece brincadeira, mas é real. No nosso primeiro mes aqui, nunca ouvimos a voz ou o som dele. Fica sempre conversando com alguém. Ele tem um tipo de "cenário". Um violão atravessado no peito, um cachorrinho de pelúcia que fica em cima da caixa do violão e que segura uma placa"Regarde le chien". Como nunca demos nada pra ele, não faço a menor idéia do que esse bichinho faz. Na época da Páscoa ele juntou a seu local alguns coelhinhos de pelúcia, que aliás ainda estão por lá. Já faz algum tempo que ouço ele tocar e cantar bem alto, aquelas músicas tipo do seriado "Daniel Bonne". Lembram? Essa eu tirei do baú, hein? Acho que alguém deve ter dito pra ele: ou canta ou desocupa a moita. E aí ele teve que se puxar! Tem um homem negro que toca guitarra maravilhosamente bem. O som do cara é 10, dá vontade de sentar lá e ficar ouvindo o dia todo. Várias vezes caminhamos mais devagar para ouvi-lo. Esse é o preferido de todos nós e sempre damos uma graninha. Tem também uma guria que toca violino de vez em quando. Um dia eu vinha apressada, mas a música era tão linda que comecei a chorar caminhando mesmo. Tá que eu sou escandalosa, mas a música era de tocar na alma. Bom, e pra terminar, a mais engraçada. Uma senhora de meia idade que fica só em uns horários cachorros, tipo sexta e sabado a noite. Ela segura um violino e tem uma estante com umas partituras ou sei lá o que. Ela toca violino e canta "ópera". De uma forma terrível, ambas. Não entendo o que ela faz ali, mas deve dar grana se não ela não iria sempre. A galera deve ter pena, sei lá! O que eu sei é que, quando ela toca violino parece que o metro está em obras e alguém tá fazendo algum furo. E quando ela resolve cantar... Ai! Eu que já não gosto de ópera, na voz dela então... Ela é desafinada e quase não tem voz, então ficam aqueles gritinhos agudos e tremidos, meio que sem fim... nem folego a pobre tem. Sofro um pouco porque tenho a mania de sentir vergonha pelos outros. Isso é péssimo, mas não dá pra deixar de rir. Tadinha! Faço a maior força pra não rir enquanto passo por ela, já tem muita gente que ri. Mas, tche, é muito hilário! Eu até perguntei pro Rudi, que é entendido, se aquele seria um estilo musica, mas ele só respondeü: "Não, é podre mesmo!".Tadinha! Sei que já disse isso, mas é de dar muito dó. Dia desses, ao sair do metro, ouvimos uns gritos. Fiquei meio assustada, como boa brasileira escaldada, ainda mais que estávamos com as crianças. Quando chegamos na estação... era ela. Além dela, um pouco mais acima, tinha uma turma de adolescentes que gritavam pra ela, tipo imitando. Então ela gritava de lá e os ados de cá. O samba do crioulo doido, como diria minha mãe. Desatei a rir! O pior era que os adolescentes eram mais afinados que ela! Tadinha! Sei que parece humor negro, mas só vendo! É muito engraçado. Aí ela cansa e toca violino. Mas entre artistas nota 10 e os pouca pratica em geral, a gente se diverte demais. C'est amusant! Fora que em algumas estações mais badaladas, de vez enquando tem até orquestra. De verdade mesmo! Ou os caras que fazem espetáculos de bonecos para as crianças, esses sempre faturam com a gente. Os dois ficam fascinados e perdemos, um dois, tres, metros! Agora vão começar os festivais e suas atrações gratuitas OBA! Vai ter o Festival de Jazz, o Francopholies, o Juste pour Rire... Ninguém deixa de dar uma palhinha no metro! Há umas semanas atras resolvi pegar um onibus e percebi que, neste "complexo de tatu"a gente perde muita coisa linda do lado de fora. O problema é que, de onibus, sempre perco a parada porque fico boquiaberteando na janelinha. E assim vamos... Vamos curtindo a vida normal aqui, achando graça nas pequenas coisas e deixando tudo isso fazer parte da nossa história na parte de cima do mapa.

A Estrada

Por enquanto só algumas pessoas vão entender o sentido desta música aqui, hoje. A verdade é que desde ontem a noite ela não sai da minha cabeça, então resolvi postá-la. As vezes a gente ve coisas boas acontecerem para algumas pessoas e pensa que é sorte, mas não sabemos o quanto a pessoa "caminhou". Só sei que quero viver cada micro-pedacinho desta "bonheur". Neste posso acho que a língua francesa transmite melhor o sentido de "felicidade" do que a língua portuguesa. Parece que "bonheur" tem mais esse sentido de "plenitude" do que "felicidade". Hoje eu só posso agradecer o meu Pai lá de cima e a todo o mundo que acreditou em mim e torceu! Então hoje, fiquem cantando comigo:

A Estrada

( Cidade Negra)

Você não sabe o quanto eu caminhei
Pra chegar até aqui
Percorri milhões de milhas antes de dormir
Eu não cochilei
Os mais belos montes escalei
Nas noites escuras de frio chorei

A Vida ensina e o tempo traz o tom
Pra nascer uma canção
Com a fé do dia-a-dia
Encontro solução encontro a solução

Quando bate a saudade
Eu vou pro mar
Fecho os meus olhos e sinto
Você chegar, você chegar
(...)
Meu caminho só meu Pai pode mudar

Tuesday, May 16, 2006

Mães

Desculpem o atraso mas vou ter que falar de mães. Por aqui a Fete des Meres (desculpem a falta de acentos, mas ainda não me achei neste teclado) é muito mais tranquila que aí. É claro que tem comerciais de TV convidando ao consumo, mas não chega aos pés do que acontece no Brasil. De qualquer forma, essas festas sempre nos dão oportunidade de pensar um pouco mais... Pensei, é claro, muito na minha mãe. Mas também pensei muito em mim mesma enquanto mãe e, especialmente, nos meus filhos tendo a mãe doida que eles tem (tadinhos...hehehe). Só quando nos tornamos mães é que entendemos as nossas próprias - sinto muito garotos, mas não vejo outro jeito. Como diz aquela música: mãe é mãe, paca é paca! Muitas vezes me pego dizendo e fazendo coisas que eu o-di-a-va quando minha mãe fazia. A principal e mais recorrente é dar sermões intermináveis! Até eu me canso da minha voz (imagina os outros...)! As crianças ficam com umas caras de vaca atolada, mas nem ousam interromper o discurso, que muitas vezes tem razão de acontecer. Minha mãe fazia isso. Oh, saco! Mas a verdade é que tanto naquele tempo quanto agora, o sermão acaba servindo como um (longo) preambulo para uma conversa bem aberta e para a discussão democrática (acreditem!) de muitas dúvidas. Tem horas que penso que as crianças "pedem"o sermão de mãe! A Giulia é uma que, além de dar sermões também (algo presente no cromossomo X desta família) ainda exige que eu termine os meus com toda a pompa e circunstancia. Dia desses o telefone interrompeu meu longo falatório e depois que desliguei esqueci de continuar. Não é que os dois continuavam sentadinhos na cozinha (eu nem lembrava mais o que eles estavam fazendo ali) e quando perceberam que eu não voltava, gritaram: "Tá mãe, tu não vem continuar?" hehehe Só meus filhos mesmo! Outra coisa é cobrar responsabilidades. Claro que tem formas e formas de fazer isso, mas muitas vezes me pego repetindo Celina Dayse: "Assim não dá! Cada um tem que cuidar das suas coisas! ". Enfim, eu bem que detestava, mas essas ordens me ajudaram muito na organização pessoal. Levando em conta o número de coisas que sou capaz de fazer ao mesmo tempo de forma (quase sempre) suficientemente eficaz, tenho muito a agradecer a Daysinha! Só quando a gente vira mãe (sim, a gente "vira", a gente não "nasce"), podemos entender a profundidade da letra do Renato Russo: "Voce culpa seus pais por tudo, isso é absurdo. São crianças como voce, o que voce vai ser quando voce crescer...." . Até acho um pouco fatalista demais essa letra, mas no fundo é isso. Nós idealizamos tanto nossos pais, mas na real, eles são só crianças mais velhas, com mais estrada, mas com muitas dúvidas e medos semelhantes aos nossos. Lembro que, quando criança, eu contava uma coisa que eu achava "muito cabeluda"pra minha mãe e, se ela arregalasse os olhos... ai ai ai! Eu percebia que era sério! Mas a maioria das vezes ela mantinha (ou pelo menos fingia manter...hehehe) a serenidade e me explicava tudo de uma forma que as coisas pareciam tão obviamente simples. Oh , manheeeee!!! De vez em quando ainda preciso muito de explicações simples! Só que agora ninguém mais me dá! De qualquer jeito, eu vou tentando dar um pouco de sentido (nem sempre lógico e simples) para a experiencia dos meus pequenos. Hoje eu não me assusto de noite e não corro pra cama de ninguém, mas minha filhinha corre pra minha, e vem me abraçando e dizendo que teve "um pesadelo terrível!" e que só vai ficar "um pouquinho". Eu que pedia consolo, sou agora a que consola, que dá o abrigo, do mesmo jeito que a Cecé fazia comigo. Até hoje não esqueci o quanto é boa a cama da mãe da gente e tenho muita pena de crianças que são completamente privadas deste "pequeno luxo infantil". Claro, que tudo que é demais, é nocivo. Mas que cama de mãe é boa - ah, isso é! Então, um grande beijo a todas as mães que estão lendo isso. E pra minha "mãe preferida" só digo uma coisa: tu és a melhor mãe do mundo, por que tu és a melhor mãe que consegues ser! Eu por aqui, vou também tentando ser a melhor mãe "desterrada"que consigo!

Tuesday, May 09, 2006

Todo o mundo lá!


















Um super "brigadão"pra Stella que emprestou sua máquina e ainda teve o trabalho de nos mandar as fotos.

Nesta foto estão quase todos os "convidados"da festinha do Pedro. Todos colaboraram para que este primeiro aniversário do Pedro por aqui fosse, realmente, inesquecível.

Um super beijo a todos!

Mais Fotos Níver Pedro


Olha que lindo com um bichinho de estimação no pescoço! Gatão!











Eu não falei que era um cavalheiro? Olha ele protegendo a Sofia!














O mulherio falando... portugues! Coisa boa!

Sunday, May 07, 2006

Niver do Pedro

A semana passou voando e quando vimos já era sábado: aniversário de 9 anos do Pedro. Ele contou os dias, como eu também fazia quando tinha a sua idade. Até a última hora não tinha escolhido o presente, o que é muito típico do estilo "easy going" dele. Sábado amanheceu chovendo. Como é regra aqui em casa, o aniversariante do dia é que dita as regras. Após uma pequena reunião de confabulação, ele resolveu que queria ir comprar o presente na LaBaie, em Montreal (que é gigante e tem muitas opções) e depois queria ir no encontro da turma de brasileirinhos que, por acaso, calhou de ser bem no dia dele. Então tá. Fomos a Montreal underground e na La Baie, o que certamente não foi uma idéia original em um dia de chuva... Ou seja, nós e a torcida do Montreal Canadiens tivemos a mesma idéia. Um monte de gente por tudo, todo o mundo se movimentando rápido, como se tivessem um compromisso urgentíssimo, tipo tirar o pai da forca. Ainda bem que a loja que fomos estava bem tranquila, pelo menos no setor de brinquedos. Eles ficaram escolhendo (sim, a Giulia também tem direito ao "presente consolação", instituído pela minha mãe como um consolo para o não-aniversariante.Ve se eu posso!), e eu fui catar alguma oferta de roupa para os dois, já que a estação vai mudar, os dois cresceram e estou me convencendo que, na idade deles não adianta querer economizar muito em roupas. As mais baratinhas acabam logo ou então descosturam e eu não tenho o menor saco de costurar (e minha mãezinha que quebrava esses galhos está longe, longe). Enfim, depois de tudo resolvido e tomando uma baita chuva, fomos ao Enfants do Quartier, que é um café de uma brasileira, todo voltado para a criançada, especialmente os pequenos até uns 5 anos. Lá encontramos minhas "amigas de orkut", a Stella e a Letícia e outras brasileiras do pedaço. Pensei que o Pedro não ia curtir muito, mas eles se divertiram demais com os bebes e com os brinquedos e nem queriam vir embora.Eu logo me enturmei com o mulherio e fofocamos a não mais poder (tava até com dor de garganta na saída, de tanto que falei...heheh). O Rudi também ficou trocando opiniões sobre mulheres e suas nacionalidades com os maridos canadenses das outras.Pelo que eu entedi a conclusão deles foi: "mulher brasileira em primeiro lugar...", mas talvez tenha sido só por que nós estávamos por ali.(Faz tempo que não me iludo com os homens...hehehe) Cantamos parabéns para o Pedro em portugues e em ingles,eles já tinham cantado em frances na escola. Levei um bolo de chocolate e uns pirulitos e toda a criançada que estava lá acabou curtindo a mini-festa.A Stella (boa samaritana da vez) vai me mandar as fotos e aí eu posto aqui. Voltamos no fim da tarde e ainda comemoramos um pouco entre nós no nosso estilo básico: pizza e refri na cama (minha), filme e papo furado. Eles adoram isso! Acho que ele curtiu o dia dele. Costumo dizer que o Pedro é a minha contribuição para o mundo feminino. Além de lindo, é muito meigo e muito cavalheiro (graças ao exemplo do pai dele - verdade seja dita!). Ele sempre se preocupa em ajudar as meninas quando estas parecem estar com problemas. Desde a primeira profe dele (a berçarista), todas as professoras elogiaram o jeito querido dele, o estilo "cool", o olhar doce e sedutor (que faz a gente quase sempre fazer o que ele quer). Ele realmente é o máximo (e eu muito modesta...heheh). Apesar de ser muito "na dele", ele é alegre, brincalhão e muito sensível. É um amigão de todos nós. Além disso, não posso deixar de dizer que ele foi o homem que mudou, realmente, a minha vida. Ninguém é capaz de mudar tanto a vida da gente quanto um filho, e ele foi o meu primeiro. Tenho um pouco de pena por ele ter sofrido com o meu amadorismo e insegurança, mas ele não parece muito preocupado com isso agora. Sei que um dia ele vai crescer e espero que a nossa relação cresca junto. De qualquer forma, nunca vou esquecer de um hábito muito querido dele, que é gritar de longe: "Manhe!" e quando eu digo "O que?"ele responde "Te amo, mãe! Tu é linda!". Ninguém ensinou ele a fazer isso, é uma atitude completamente espontanea. E muito linda!Que mãe não se derreteria?Ontem fez 9 anos que sou mãe. Faz 9 anos que eu conheci um amor incomparável. Faz 9 anos que conheci o medo da perda irrecuperável. Faz 9 anos que a minha casa é cheia, que a minha vida é cheia, que o meu coração é repleto de amor por uma criatura que é o maior presente do mundo. Pedro, meu amor, esse post é pra ti! É só pra te dizer que tu fez a minha vida se encher de luz e pra te agradecer por ter me obrigado a me passar a limpo. Te amo infinitos e desejo que a tua vida seja tão cheia de felicidade, quanto a minha é, cada dia que eu acordo e te tenho do meu lado. Deus te abençoe hoje e sempre! Meu desejo é que sejamos sempre tão amigos e unidos, quanto somos hoje. Voce vai ser sempre o meu herói!Voce vai ser sempre o primeiro homem no meu coração!

Tuesday, May 02, 2006

Este finde!

Minha família. Meu porto seguro, no Québec ou em qualquer lugar do mundo. Amei esta foto, ela exprime exatamente nosso estado de espírito atual. Dá pra perceber?


Os dias estavam assim. Acho que agora a primavera veio. Não é maravilhoso?

A Giu e seu biscuit. LLLLIIIINNNNDDDDAAAA!!!!!!!! (Desculpem, foi irresistível!)

Comendo no Café In do marché Jean Talon.

Eu e Ana. Será que a festa estava boa?

Nós suados de dançar! Coisa boa! Atenção aos olhinhos do Rudi... Será que ele tomou umas cervas? hehehe

Essas fotos tb são creditadas ao Fernando. Merci bien mon ami!

Finde passado!

Finalmente fotos!!! Graças ao nosso fotógrafo, Fernado, podemos agora documentar as últimas semanas (sempre dependemos de alguma alma caridosa que tire fotos digitais hehehe).

Vejam a Giulia fazendo charme pro Fernando!Linda!


Eu, que não sou a mais gaudéria das criaturas, mas não dispenso o meu chimarrão no frio ou no calor! Mãe, não esquece de mandar minha erva!!!


O Rudi, bem faceiro, recebendo nossas primeiras visitas no chez nous québécois. Observem o charme do meu blusão pendurado atrás... Ah! Nós e nossos costumes aristocráticos!