Ser como o rio
Entao aqui termina o percurso de "No Québec é diferente". O titulo que escolhi reflete, antes de mais nada, a nossa maior esperança: de que no Québec fosse realmente diferente. Depois de dois anos de trajetoria no hemisfério norte, acho que posso afirmar do fundo do coraçao que, sim... no Québec É MESMO diferente! É diferente e é melhor! Eu acho...beeemmm melhorrrr!!! As vezes penso que a cegonha deve ter errado meu trajeto, sei la. Acho que ela me desouvou no lugar errado. Chegando aqui, desde o inicio como este blog testemunha, me senti em casa. Engraçado! Como se tivesse achado meu canto, minha turma. E esse sentimento so cresce. Ontem eu estava conversando com meu diretor e uma colega perguntava quando eu ia visitar o "chez moi", se referindo obviamente, ao Brasil. Me deu um aperto no peito e eu so repetia " Mais là...chez moi c'est le Québec!". Estranho...eu falava do fundo do coraçao. Acho uma certa hipocrisia alguém sair do seu pais em busca de segurança e qualidade de vida e continuar chamando esse pais de "sua casa, seu lar". A minha casa é onde eu posso viver dignamente e ser feliz. Esse é meu conceito de lar. Mas isso é muito pessoal, e cada um vê de um jeito.
Mas enfim... eu continuo adorando isso aqui. Continuo agradecendo a Deus por tudo, tudo que estamos vivendo. As coisas estao sendo mmmuuiitttooo melhores do que a gente esperava. Eu diria mesmo mmmuuiiitto melhores do que eu, um dia, ousei pedir. Alors, merci Bon Dieu!Nostalgia do Brasil, nao sei se tenho. Na real acho que nao me dou muito o direito de ficar nessa de nostalgia (so vale a do Leite Moça)...heheh Pra frente é que se anda e vamo la.
Acho que, justamente por isso, nesse momento eu tenha decidido que esse blog ja deu mesmo o que tinha que dar. Acho que ele cumpriu a sua maior funçao que era de documentar passo a passo a nossa adaptaçao no novo pais, na nova Patria, na nova vida. Cumpriu. Fico imaginando como vai ser legal quando o Pedro e a Giu forem adultos, trilingues e lindoes (isso eles ja sao...hehe) e pegarem esses escritos para ler. Talvez eles fiquem conhecendo um pouco mais sobre a doida da mae que eles tem...talvez nao. De qualquer maneira, com certeza vao lembrar de momentos, ver fotos, etc.
Talvez eu nao tivesse escrito (quase) regularmente por dois anos se as pessoas queridas que nos acompanham nao tivessem deixado aqui seus comentarios. Cada um desses comentarios encorajadores, sobretudo, fazem parte da nossa vida agora. Cada um foi um presente que recebemos e que vamos guardar com muito carinho. Algumas dessas pessoas eu conheci pessoalmente, algumas sei que ainda vou conhecer. Mas nao todas. Nao sei porquê. Tem gente que me acha fresca. Sou mesmo. Aprendi depois de muita porrada, graças ao nascimento dos meus filhos, a guardar "um pouco" da minha privacidade. Além disso, nao sou consulado nem agente de imigraçao. Conheci quem eu fiquei afim, quem bateu. Sempre ouvi meu coraçao. Às vezes eu acertei, outras errei. Paciência. Ser fiel a seus sentimentos nao nos exclue da possibilidade de errar. É assim, mas no balanço final muito mais acertei que errei e voilà.
Entao aqui fica a marca desses dois anos, mas nao é um fim. Eu adoro pensar em termos de gestalt. É uma gestalt que se fecha, para que outras se abram. É um corte com um momento, com um ciclo. Sempre acreditei que a gente tem que (quando possivel) fechar as gestalts que a gente abre. E a gente também precisa ser como rio. Deixar fluir. Deixar rolar. A gestalt do blog esta sendo fechada e outras estao sendo abertas... como a faxina na casa. As vezes a gente tem que tocar algumas coisas fora para abrir lugar pro novo.
À cada um que torceu, que riu e chorou comigo...um grande merci. À quem quiser manter contato:mypsi2002@yahoo.com.
E termino com Manuel Bandeira:
Ser como o rio que deflui
Silencioso no meio da noite.
Nao temer as trevas da noite.
Se ha estrelas no céu, refeti-las.
E se os céus se pejam de nuvens,
Como o rio as nuvens sao agua;
Refleti-las também sem magoa
Nas profundidades tranquilas.
Mas enfim... eu continuo adorando isso aqui. Continuo agradecendo a Deus por tudo, tudo que estamos vivendo. As coisas estao sendo mmmuuiitttooo melhores do que a gente esperava. Eu diria mesmo mmmuuiiitto melhores do que eu, um dia, ousei pedir. Alors, merci Bon Dieu!Nostalgia do Brasil, nao sei se tenho. Na real acho que nao me dou muito o direito de ficar nessa de nostalgia (so vale a do Leite Moça)...heheh Pra frente é que se anda e vamo la.
Acho que, justamente por isso, nesse momento eu tenha decidido que esse blog ja deu mesmo o que tinha que dar. Acho que ele cumpriu a sua maior funçao que era de documentar passo a passo a nossa adaptaçao no novo pais, na nova Patria, na nova vida. Cumpriu. Fico imaginando como vai ser legal quando o Pedro e a Giu forem adultos, trilingues e lindoes (isso eles ja sao...hehe) e pegarem esses escritos para ler. Talvez eles fiquem conhecendo um pouco mais sobre a doida da mae que eles tem...talvez nao. De qualquer maneira, com certeza vao lembrar de momentos, ver fotos, etc.
Talvez eu nao tivesse escrito (quase) regularmente por dois anos se as pessoas queridas que nos acompanham nao tivessem deixado aqui seus comentarios. Cada um desses comentarios encorajadores, sobretudo, fazem parte da nossa vida agora. Cada um foi um presente que recebemos e que vamos guardar com muito carinho. Algumas dessas pessoas eu conheci pessoalmente, algumas sei que ainda vou conhecer. Mas nao todas. Nao sei porquê. Tem gente que me acha fresca. Sou mesmo. Aprendi depois de muita porrada, graças ao nascimento dos meus filhos, a guardar "um pouco" da minha privacidade. Além disso, nao sou consulado nem agente de imigraçao. Conheci quem eu fiquei afim, quem bateu. Sempre ouvi meu coraçao. Às vezes eu acertei, outras errei. Paciência. Ser fiel a seus sentimentos nao nos exclue da possibilidade de errar. É assim, mas no balanço final muito mais acertei que errei e voilà.
Entao aqui fica a marca desses dois anos, mas nao é um fim. Eu adoro pensar em termos de gestalt. É uma gestalt que se fecha, para que outras se abram. É um corte com um momento, com um ciclo. Sempre acreditei que a gente tem que (quando possivel) fechar as gestalts que a gente abre. E a gente também precisa ser como rio. Deixar fluir. Deixar rolar. A gestalt do blog esta sendo fechada e outras estao sendo abertas... como a faxina na casa. As vezes a gente tem que tocar algumas coisas fora para abrir lugar pro novo.
À cada um que torceu, que riu e chorou comigo...um grande merci. À quem quiser manter contato:mypsi2002@yahoo.com.
E termino com Manuel Bandeira:
Ser como o rio que deflui
Silencioso no meio da noite.
Nao temer as trevas da noite.
Se ha estrelas no céu, refeti-las.
E se os céus se pejam de nuvens,
Como o rio as nuvens sao agua;
Refleti-las também sem magoa
Nas profundidades tranquilas.